CARATINGA- Começaram na segunda-feira (25), as inscrições para adolescentes e jovens que desejam fazer parte do Comando Pré-Militar Sudeste. O atendimento ao público acontece de segunda a sexta-feira, de 9h às 18h, na Avenida Moacyr de Mattos, 100, sala 110, e ainda não há previsão de encerramento das inscrições. Podem participar pessoas com idade entre 14 e 26 anos.
De acordo com o subcomandante, Daniel José da Silva, já foi treinada uma primeira turma, formada por adolescentes de 14 a 17 anos. Ele afirma que o pelotão feminino tem se destacado nas atividades. “As meninas são muito unidas, desmistificando aquela conversa de que mulher é sexo frágil. Entre nós realmente está sendo quebrado esse tabu, pois elas estão dando um exemplo de muita garra e determinação. Os resultados dessa primeira etapa têm sido muito compensadores”.
Se tratando deste público adolescente, o subcomandante afirma que são necessários alguns cuidados especiais. “Porque nós também trabalhamos aqui em parceria com o Conselho Tutelar e estamos também lutando fielmente para tentar fazer cumprir o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Não que esse primeiro público não vá ter um treinamento adequado, óbvio, porém algumas questões como temos em nossa grade, por exemplo, trabalho de rapel, salvamento e resgate em altura. Temos que tomar os devidos cuidados para não expô-los a uma altura muito considerável. Mas, todos os nossos treinamentos, são 16 matérias, que serão passados ao longo desses seis meses, eles vão passar da mesma forma que o segundo pelotão, porém, o nível de segurança deles nós realmente precisamos resguardar”.
Os participantes passam por instruções, acampamentos e treinamentos de selva. Daniel afirma que se trata de um treinamento completo e que exige disciplina e força de vontade. “Cada segmento tem sua ideologia, há instituições que preparam para o mercado de trabalho; outros fazem acampamento e no caso do comando pré-militar sudeste, carregamos um nome preparatório militar, justamente, fazendo jus ao nome, é realmente um treinamento intenso, desde um teste de aptidão física, para acompanhar e ver se esse jovem ou adolescente está apto para exercer tal atividade; aplicamos treinamento físico militar, isso acontece todas as semanas com os nossos alunos. Aplicamos como tal, o que não se restringe apenas ao treinamento, mas toda a percepção de uma boa conduta, ética, moral, comportamental, não só aqui dentro da instituição, mas em um todo”.
Recentemente, surgiram alguns comentários colocando em dúvida a seriedade do trabalho desempenhado pelo comando pré-militar. O DIÁRIO DE CARATINGA questionou ao subcomandante sobre o assunto, que negou que o grupo esteja agindo de má fé. “O comandante Reis, no estado de Minas Gerais, está sob a responsabilidade do comando pré-militar sudeste. Hoje estamos aqui representando a Federação de Grupos Pré-Militares do Brasil, o comandante geral é o Ribeiro, de Natal, estado do Rio Grande do Norte. Toda a nossa indumentária e quadro de patentes, tem registro, o Exército Brasileiro tem ciência. Temos um oficio hoje da 7ª Brigada de Infantaria Motorizada de Natal; a Polícia Militar daqui, tenente coronel Sérgio Renato, tem ciência e todos os anexos de nossas documentações; também representando o exército brasileiro, o Tiro de Guerra. A instituição é séria”.
Ele ainda chama atenção para o trabalho social desenvolvido pelo grupo e das ações praticadas em benefício da sociedade. “Tanto o comandante como eu, somos filhos de Caratinga e para nós é uma honra começar o trabalho no estado de Minas Gerais, justamente em nossa cidade natal. Nosso trabalho é transparente, o preparatório militar não abrange apenas o nosso quartel, aplicamos também um trabalho social, tanto é que nas inscrições solicitamos um quilo de alimento não perecível destinado a instituições que hoje fazem parte dessa parceria conosco. Damos também suporte, trabalhamos com palavras de alento, orientação e cursos. As portas estão abertas ao público”.
Para manter as atividades, o Comando Pré-Militar conta com a taxa de inscrição, cobrada dos alunos que desejam ingressar no curso e uma chamada “taxa de colaboração social”. Segundo Daniel, esses são os mecanismos que tem ajudado no pagamento das despesas. “São aquelas pessoas amigas, que entendem o nosso projeto, abraçam nossa causa e nos ajudam. Oferecemos dois cafés durante o dia aos alunos e o almoço; então não temos nenhuma subvenção de governo municipal, estadual ou federal. São repasses que os sócios-colaboradores nos ajudam para levar o projeto à frente”.
O subcomandante finaliza deixando um convite para quem deseja se inscrever ou conhecer as instalações. “Os menores de idade que quiserem vir, algumas orientações nós vamos repassar, mas a conclusão só será feita mediante ao responsável. O nosso quartel também funciona na Avenida Dário Grossi, 816, para quem desejar conhecer de perto o dia a dia do trabalho com nossos alunos. Será um prazer recebe-los, uma satisfação imensa”.