Superintendência de Vigilância em Saúde e PM Ambiental foram acionados, no entanto, proprietário não foi localizado
CARATINGA– O caso de um cavalo que estava abandonado em um pasto na rua Sebastião Anacleto de Miranda, bairro Esplanada, repercutiu nas redes sociais. O animal estava agonizando e protetores de animais e moradores das imediações solicitavam providências para o caso.
Na sexta-feira (18) a Superintendência de Vigilância em Saúde foi acionada e a Polícia Militar Ambiental também registrou ocorrência. O animal permaneceu no local e no dia seguinte o DIÁRIO conversou com moradores e mostrou a situação. É o caso de José Bernardo, que acompanhava a situação e ressaltou a necessidade de cuidados. “Eles vêm, soltam o cavalo. Quando acontece um negócio assim, não aparece dono. Estão tratando, botando água, comida. Ele já tentou levantar, não conseguiu, não tem condições e sair daí. O cavalo está sofrendo”.
Já na manhã domingo (20), uma protetora retornou ao local e constatou a morte do cavalo. A reportagem procurou a Vigilância e a PM Ambiental para esclarecer o caso e buscar mais informações a respeito de providências em caso de animais abandonados.
A INSPEÇÃO
Conforme o termo da Superintendência de Vigilância em Saúde, na tarde de sexta-feira (18), uma protetora de animais recebeu a inspeção sanitária para atendimento a denúncia de maus tratos ao equino macho, castrado, castanho e de aproximadamente 15 anos.
O documento cita que no exame clínico o animal demonstrou dor com suspeita de fratura e exames alterados. A Vigilância orientou que a Polícia Militar de Meio Ambiente fosse acionada para emitir boletim de ocorrência para as “devidas providências”.
“ELE NÃO ESTAVA OFERECENDO O RISCO À SAÚDE”
O superintendente de Vigilância em Saúde, Luís Henrique Bitencourt, destacou que após ser comunicado, ele esteve no local junto a uma veterinária que identificou que o animal estava em estado de “semiabandono”, com maus tratos. “Foi feito o atendimento constatando que ele estava com problema respiratório, cardíaco e também suspeita de fratura na bacia. O animal tinha feno, água que a vizinha estava levando pra ele, mas, de toda forma, no lote particular, ele não estava oferecendo o risco à saúde e segurança da população, haja vista que estava num local de difícil acesso”.
Ele disse que a prefeitura verificou não ser de sua responsabilidade esse atendimento, pois seria necessário contato com o proprietário do animal, que era desconhecido. “Como não tínhamos o conhecimento de quem é pedimos a essa protetora que acionasse a Polícia Ambiental porque se trata de um crime de maus tratos e a prefeitura não tem esse poder de iniciar um processo para resolver tal situação. Indicamos que a Polícia Ambiental desse início a esse procedimento, emissão de um boletim de ocorrência, não transferindo a responsabilidade do atendimento para eles. Mas, quisemos que fosse descoberto de quem é o cavalo, pois a responsabilidade é do proprietário, ele que tem que dar esse atendimento imediata ao animal, sob pena de ser incurso no crime de maus tratos”.
Luís Henrique acrescenta que trata-se de um atendimento particular. “Quando um animal que qualquer um tenha a posse, machuca ou tem algum acidente, procuramos uma clínica veterinária particular para cuidar dele. A Prefeitura poderia agir se fosse oferecimento de risco à população. Agimos quando o risco é da comunidade, no caso de animais que fazemos apreensão nas beiradas de estradas; andando pela rua atrapalhando o trânsito o que pode vir a acontecer um acidente ou dar um coice numa criança que chega perto; um cachorro que está com leishmaniose, cinomose, com raiva. Esses animais são recolhidos para nosso canil, nosso depósito na exposição e são cuidados ou dependendo da situação eutanasiados. Há um critério muito rigoroso para saber quais animais serão submetidos a esse tratamento”.
O superintendente também citou os ricos de realização de algum procedimento no animal, sem autorização de seu proprietário. “Alguém ali sabe, mas, me parece que teve algum entendimento de não se falar quem é o dono, não sei se por medo, mas, como a prefeitura chega lá e faz um atendimento desses? Temos exemplos já de pessoas ameaçando nossos fiscais, os nossos vigias na exposição. Se na hora que estiver fazer um procedimento de eutanásia daquele cavalo, o dono chega, o que ia fazer com a gente? Então temos que preocupar com o risco que estamos correndo. Ele que saberia o que deveria ser feito com o cavalo”.
A recomendação é de quem casos de maus tratos, se procure a Polícia Ambiental. Já em casos que envolvam segurança de pedestres, veículos ou doença com risco à saúde pública, a Vigilância Sanitária deve ser acionada. Quanto à remoção do cavalo, Luís disse que em contato com o Departamento de Limpeza Urbana, uma máquina seria encaminhada ao local para retirada e encaminhamento ao aterro sanitário ainda no período da manhã de ontem.
A respeito da estrutura do Parque de Exposições, ele cita que os animais são tratados com dignidade. “Têm pessoas que não têm condições de ter animal e quer ter só pra falar que é dele. Hoje vemos cavalos comendo lixo na rua, é o maior dos absurdos, cavalo come capim, fubá, ração. Quando não é tratado, que vai comer lixo. Fazemos a apreensão desses animais, hoje temos uma multa na hora de entregar o animal e também diárias de permanência lá. Mas, a pessoa está chegando lá e ameaçando nossos vigias. Fica difícil. Pedimos que as pessoas que gostam de animais, cuidem dele. Para os que não têm espaço, não vai cuidar, dê para alguém que queira dar carinho ou leve para nosso curral. Arranjamos um lar para ele, para que sejam bem tratados”.
PM AMBIENTAL
O DIÁRIO fez contato com a PM Ambiental. Não foi possível gravar entrevista, mas, por contato telefônico, a reportagem foi informada de que o boletim de ocorrência foi registrado no local, no entanto, o proprietário do cavalo não tinha sido identificado até o fechamento desta edição.
- O superintendente de Vigilância em Saúde, Luís Henrique Bitencourt
- O cavalo estava em um pasto na rua Sebastião Anacleto de Miranda, bairro Esplanada (Foto feita no sábado (19))