Margareth Maciel de Almeida Santos
Doutora em Sociologia Política (IUPERJ)
Membro do Instituto Nacional dos Advogados do Brasil (IAB-RJ)
A cada dia sinto que preciso aprender mais e mais, sou atraída por quem tem ideias próprias e que não seguem a nenhum rebanho ideológico. No entanto meus pensamentos se confundem quando leio notícias sombrias como esta que nos informa que “um drone atirou fezes e urina em parte do público que aguardava o ex-presidente Lula candidato a presidente do Brasil e o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil candidato a governador de Minas Gerais, fato ocorrido em Uberlândia/MG.” Leiam abaixo a notícia publicada pelo site correiobraziliense.com.br/politica/2022/06:
“Um drone atirou fezes e urina em parte do público que aguardava um evento com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Alexandre Kalil (PSD) no dia 16 de junho de 2022, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. O dono do drone foi preso. Alguns militantes que aguardavam Lula deixaram o espaço para comprar camisas temáticas do ex-presidente e assim, jogar fora as roupas atingidas pelas fezes informa o correiobraziliense.com.br/politica/2022/06/.”
Novamente, em 07 de julho de 2022 é divulgado que “uma bomba caseira com fezes foram lançadas contra o público de Lula e Alckimin no Rio de Janeiro” (jovempan.com.br/programas/jornal-da-manha).
Minha reflexão se depara como planejar encher um drone de fezes e urina para atirar em pessoas configura o mal, o fascínio do poder e da riqueza?
Existem tantos problemas no mundo como a fome, o desemprego, a violência, as pessoas morando nas ruas com seus filhos, cachorros, a desigualdade, a falta de dignidade e simultaneamente os candidatos se atacando com palavras e ações deixando se influenciarem pelo mal, em vez de procurar trilhar com palavras e gestos a restauração da dignidade humana. A discrição de como foram atiradas essas fezes nos assusta, e não ouvir palavras corretas para enfrentar oposições e dificuldades incita o ódio no mundo do qual este está lotado.
A falta de aplicação aos deveres de candidatos, fazem com que não consigam evitar as paixões que se oculta por trás da ambição, desejo de honras. É um ataque constante de um candidato a outro e isso incita o eleitorado a promover esse tipo de violência que configura a falta de ética e respeito aos pensamentos diversos. Precisa-se de uma dedicação à vida pública e aos cargos políticos que comprometem o bem comum. Penso que essa forma de violência para disputar as eleições, jogando fezes um no outro, não configura o Brasil como sendo democrático e mas desordenado deixando de consagrar os melhores valores da cidadania tais como a educação, respeito e tolerância e não estabelecer normas para prevenir, reprimir o combate a violência principalmente em uma eleição para Presidente do Brasil. Não creio que atirar fezes e urina nos candidatos, nos que foram ouvir as propostas irá contar pontos positivos para eleger um Presidente do Brasil.
Falando de violência, de fezes, do mal espalhado no mundo e dentro de nós mesmos, me recordo do dia 06 de setembro de 2018, quando o candidato à presidência do Brasil, Jair Bolsonaro que liderava as pesquisas de intenção de voto para o cargo, foi vítima de uma agressão a faca. O fato ocorreu em Juiz de Fora/MG e foram 3 perfurações no intestino delgado publicaram as mídias na época. Uma maldade que se pode chamar de intenção pervertida.
Para quem quiser entender melhor sobre essas ações que a todo momento a violência e o ódio são explicadas no Livro A FACA ENTROU-ASSSASSINOS REAIS E A NOSSA CULTURA de Theodore Dalrymple, médico britânico que trabalhou por décadas como psiquiatra em presídios.Interessante é que mesmo não concordando com todas as questões que Dalrymple explorou no livro, preciso ressaltar a conclusão, que no meu pensar serve para todos nós, para a dinâmica da vida, nas nossas fragilidades:
“O RESULTADO É QUE CADA VEZ MENOS OS SUJETIOS SE MANTÊM CONSCIENTES DE QUE SÃO OS RESPONSÁVEIS PELAS PRÓPRIAS DECISÕES.” (https://www.erealizações.com.br)
PAZ E BEM!