Margareth Maciel de Almeida Santos
Doutora em Sociologia Política
Membro do Instituto Nacional dos Advogados do Brasil (IAB)
Em primeiro lugar quero parabenizar o Diário de Caratinga por mais um ano de participação no nosso dia-a-dia, fato este comemorado no último dia 21, pois este se mostra prodigiosamente tão responsável, levando para os cidadãos, informações, aconselhamentos, ensinamentos, lazer e negócios. Para mim é uma honra ser colunista desse veículo, pois quando escrevo para o Diário, uso da minha liberdade de expressão, imparcialidade e transparência. Isso não é para qualquer veículo de comunicação! Concluo, que não há segredo para o sucesso! Muito obrigada pelo respeito e carinho!
Utilizando da responsabilidade do Diário em relação aos seus leitores, nos remetemos a concepção do povo e de sua ação como sujeito político. Isso exige que haja uma revisão profunda na relação tradicional entre educação, cidadania e participação política.
Pode-se dizer que a cidadania se constrói de intervenções externas, e assim o leitor vai construindo sua cidadania, aprendendo a ser cidadão, e assim passa a ser agente de sua constituição como sujeito histórico. Os caminhos para a construção de uma consciência de legitimidade, vão configurando sua identidade como povo e classe.
Desde que nascemos, estamos submetidos a regras e aprendemos que não podemos fazer o que queremos. Ainda é sabido, que nos comportamos como um sujeito do mal, precisaríamos urgentemente de uma ressocialização.
Na semana passada a mídia nos mostrou a prisão de mais um ex-presidente de nosso país, acusado de ser chefe de quadrilha, e que com o seu narcisismo, esqueceu que a corrupção mata milhares de seres humanos, tirando de todos a dignidade, a qualidade de vida. É o mergulhar no descrédito da defesa da sociedade. Michel Temer, abandonou definitivamente qualquer compromisso humanista com a vida do povo brasileiro. Ganhou uma autonomia que de certa forma o fez cometer o que se chama de “violência institucional” quando viabilizou a consecução de projetos do capital financeiro para satisfazer seus próprios interesses. Isso mostra a condição de perda de positividade do Estado, enquanto modelo abstrato de organização social. A violência usada pelo ex-presidente destrói a dignidade e os direitos essenciais do povo brasileiro.
Na mídia, considerada como um dispositivo educacional, deve-se imbuir da obrigação de difundir verdades e valores que nos levam a concluir que resta um questionamento responsável sobre a solidariedade universalizada. A decisão dos aparelhos judiciários também devem contribuir para a educação de nós a partir do momento que se conscientizem que suas decisões devem ser investidas na igualdade social, considerando que essa igualdade possa se referir a mais recente fase de uma evolução da cidadania.
A cidadania seria um pacote de direitos iguais para todos?
Assim nessa miscelânea que articulei nesse artigo, conjugando, o aniversário do Diário de Caratinga, com educação e a prisão de Temer, possa nos deixar a lição de que sejamos educados e aprendamos a lutar pelo reconhecimento e pelo respeito aos direitos, extrapolando a luta pelo reconhecimento como pessoas individuais e públicas. É preciso destacar que é preciso que se expanda a capacitação de ação, reflexão e reação à ampliação dos direitos e da cidadania.
Que o DIÁRIO DE CARATINGA continue com o seu profissionalismo e responsabilidade nos ensinamentos para as comunidades onde circulam suas verdades e ensinamentos.
Paz e Bem!
Obs.: Esse artigo seria publicado na edição do último domingo (24), mas devido contratempos, não foi possível sua publicação, que é feita hoje