Margareth Maciel de Almeida Santos
Doutora em Sociologia Política e membro do Instituto Nacional dos Advogados do Brasil. (IAB/RJ)
Parabéns mulheres! Dia 08 de março passado, comemoramos o nosso dia marcado internacionalmente! Independente de raça, cor ou origem TODAS as mulheres merecem ser respeitadas e reconhecidas. No meu entender todos os dias deveriam ser das mulheres, pois somos as empresárias da vida.
Olha, cuidar de uma família, manter filhos e filhas estruturadas, é uma das tarefas mais difíceis. Lamento que muitas mulheres aceitam as caracterizá-las como o sexo frágil, deixando serem tuteladas como ignorantes, vadias e assim reforçando essas categorias no seu interior.
É a “violência simbólica” que muitas vezes por meio dos “falsos afagos”, tem reforçado o valor do homem sobre a mulher colocando-o contra a mulher como também os pobres contra os ricos, e os brancos contra os negros. É como se o mundo pertencesse àqueles que dão ordem e a minoria deve obedecer.
Mas na verdade quem é que organiza a vida e influencia a sociedade com o seu modo de vestir, de como se comportar, e pode-se falar até de um comportamento sexual?
O que ocorre é que muitas mulheres se deixam seduzir pelo “canto da cigarra” e se tornam objetos ou até mesmo robôs de uma sociedade machista, não aproveitando os momentos para fazerem críticas construtivas e com discernimento separar o que é bom e o que é mal. Não podemos nos convencer de que a realidade das mulheres é negativa e sim nos convencermos de que temos liberdade e segurança, a partir do momento em que denunciamos as injustiças, as violências, principalmente a simbólica que é disfarçada em palavras que fere a autoestima nos fazendo vítima de nós mesmas. Quem é pessimista não constrói, apenas lamenta, e reforça a miséria.
O processo de construção de identidades sócias das mulheres chefes de família monoparental situadas na fronteira da autonomia e da dependência, destacamos as mães solteiras, separadas ou divorciadas em situação de precariedade socioeconômica, tendo como o fio condutor o modo de articulação entre família, trabalho e políticas públicas.
Símbolo da família contemporânea, mas também historicamente alvo de discurso normalizante, as mulheres chefes de família monoparental formam público privilegiado das políticas públicas. A ausência do provedor masculino no seio da família, as mulheres são frequentemente objeto de estigma, em diferentes graus, além do fato de o marido representar um papel importante do ponto de vista salarial. Sem a presença do cônjuge, as mulheres devem fazer face à desigualdade de sexo no mercado de trabalho e na sociedade em geral, enfrentando sozinhas a questão de conciliação entre trabalho e família.
A ausência do homem influencia igualmente as subjetividades das mulheres de acordo com o meio sociocultural ao qual pertencem, cada qual lidando diferentemente com o sentimento de insegurança ou de inferioridade por não se encaixarem à norma social que exige uma família parental.
A hipótese do maior grau de pauperização destas devido à ruptura familiar é o argumento amplamente compartilhado entre os agentes especializados hoje. Esses agentes vão desde as feministas até os agentes de decisão política.
Não podemos nos esquecer que a luta continua e nós mulheres temos que estar vigilantes. Se a participação feminina no mercado de trabalho cresceu de modo global, não podemos deixar de considerar que isso se deu no interior de um processo de flexibilização, precarização das relações e condições de trabalho. Essa realidade foi intensificando a vulnerabilidade da situação empregatícia da massa de trabalhadoras.
Refletimos sobre isso!
Paz e bem Mulheres de todas as raças e de todas as origens!