Margareth Maciel de Almeida Santos
Advogada e doutoranda em Sociologia Política
Pesquisadora CNPQ.
A QUESTÃO NÃO ESTÁ EM PAUTA
Como todos sabem o ex-presidente Lula se encontra encarcerado. Alguns defendem que esse fato é golpe! Alegam que a prisão de Lula é sinônimo de impedimento, uma forma de mantê-lo afastado do escrutínio das urnas para não ser candidato à presidência. É bom lembrar que faltam apenas quatro meses para que as eleições possam acontecer em nosso país.
Por outro lado, existem aqueles que apoiam o juiz Sérgio Moro, quem condenou o ex-presidente por corrupção passiva, lavagem de dinheiro por ter recebido um tríplex da OAS no Guarujá, em troca de benefícios do governo à empreiteira.
A Lava Jato tem denunciado desde que iniciou figuras mais importantes de diversos partidos, e também empresários, que estariam e estão ligados a corrupção, inclusive o nome de Michel Temer, o nosso atual presidente. Esse foi aliado de Lula, e vice-versa.
E ainda existe um outro lado, que não é a favor da Lava Jato por considerar que esta destruiu parte considerável da econômica brasileira. Esse documentário, destaca que as grandes empresas nacionais tiveram suas obras paralisadas, levando milhares de trabalhadores ficar desempregados.
Mas voltando a falar de eleições, o ministro Edson Fachin, decidiu liberar para a pauta de julgamentos do plenário, um dos pedidos de liberdade feito pelo ex-presidente Lula, preso desde 7 de abril em Curitiba, contra a antecipação da pena após condenação em segunda instância, ou seja, que fosse julgado o pedido de liberdade do ex-presidente. Se esse for aceito, ficarão suspensos os efeitos da condenação e com isso Lula será solto. Assim poderá se candidatar à presidência do Brasil, já que não estará, caso isso venha a acontecer, na Lei de Ficha Limpa. A lei diz que não pode ser candidato quem for condenado por um tribunal de segunda instância, e quem dá a última palavra sobre o registro da candidatura é o TSF- Tribunal Superior Eleitoral.
Diante do que foi exposto, cabe a seguinte reflexão: Se o ex-presidente for candidato será que haverá novas preocupações dos investidores, do mercado, já que esses temem medidas drásticas na condução da economia? Lula possui grandes chances de vitória independentemente de quem seja o concorrente.
Voltando ao tempo, existem relatos que o então ex-presidente recebeu Evo Morales em Brasília e o presenteou com uma negociação com o gás boliviano, a qual redundou em prejuízos para Petrobrás
Não podemos deixar também de relembrar, que o mercado internacional destacou que a fase da econômica brasileira que obteve os melhores resultados foi justamente no governo do ex-presidente Lula. Também a FGV fez menções aos últimos 30 anos, destacando os avanços na educação, e crescimento industrial.
O que sabemos é que estamos vivendo um dos mais graves momentos políticos de nossa história, e que tudo isso está conectado com a crise da economia. Relembrando o que foi dito acima, são muitos os brasileiros sem emprego.
Por isso, existe uma grande necessidade de pensar e repensar na hora de ir às urnas e questionar: De quem nos lembramos na hora do voto? Daquele irá tomar decisões que melhor favoreça os interesses da população? Ou daquele que apareceu milhões de vezes na TV e distribuiu incontáveis santinhos pelas calçadas?
A Lava jato já nos revelou como funcionam os “negócios” que geram contratos com a iniciativa privada.
E agora José?
A responsabilidade é nossa!
Paz e bem!