Margareth Maciel de Almeida Santos
Advogada e doutoranda em Ciências Sociais.
Pesquisadora CNPQ.
Primeiramente, gostaria de lhes desejar um feliz 2017, que tenhamos um olhar para o futuro sem medo do novo. Que tenhamos propósitos de liberdade, de igualdade, e de justiça.
Ao repensar o ano de 2016, revivemos momentos difíceis, catastróficos, perdas de direitos historicamente conquistados. Sabemos que o nosso país, o nosso estado e municípios estariam melhores se a política brasileira em geral, tivesse descoberto o valor da moral, o valor do ético, se as bandeiras da educação, da saúde, as que beneficiassem a população em geral, estivessem sido adotadas com qualidade para “Todas” e “Todos”.
No entanto, a maldita corrupção implementada há tantas décadas nos deixa uma herança de dificuldades que estão postas e que para enfrentá-las foram votadas medidas de emergências que comprometem o interesse público.
Infelizmente, o contexto nos faz questionar se teremos eleições diretas em 2017.
A possível cassação da chapa Dilma-Temer pelo TSE, denúncias sobre doações irregulares para a campanha da chapa vencedora em 2014, foram e estão sendo analisadas. É desencantador, mas não se pode descartar a possibilidade de que Michel Temer poderá deixar a presidência, caso ocorra a condenação. Por outro lado, existe uma tentativa de defesa da equipe do presidente de querer desvincular suas contribuições às de Dilma, mas juridicamente isso não é suficiente para que o governo não eleito Michel Temer, possa se manter.
É hilário pensar que aqueles que teriam interesse no impeachment de Dilma são alvos também de investigações. A delação de Odebrecht e os rumos da Lava Jato, denunciaram dezenas de parlamentares envolvidos com esquemas de corrupção, o que nos leva a pensar que as consequências serão ainda mais evidentes nesse ano de 2017.
Pensava-se que Temer iria colocar um rumo na situação econômica do país, no entanto as reformas da previdência e trabalhista que foram votadas em seu governo, fizeram com que as pessoas se sentissem indignadas diante de propostas menos democráticas, humanistas e solidárias.
Temer chegou a dizer que queria privatizar “tudo o que for possível em diversas áreas, como aeroportos, saneamento, energia e rodovias”.
Eu não gostaria de ver o meu país todo privatizado, não quero desresponsabilizar o Estado da falta de políticas públicas, pois não devemos nos esquecer daqueles que são marginalizados e excluídos pelo sistema e que precisam de igualdade de oportunidades para vencer. Além do mais, a condição de igualdade nunca será igual. Nascemos em berços diferentes, uns mais outros menos abastados.
Apesar de tudo, aprendemos muito com 2016. Hoje nos defrontamos com uma sociedade comprometida com as reformas sociais que começam a desenhar uma “nova ordem”, pois a velha ordem foi abalada pelo desvio de milhões de reais, práticas de corrupção que serviram ao próprio capital dos governantes.
Ainda não dá para comemorar. Temos como consequência da desordem, o desemprego, finanças municipais, estaduais e federais quebradas, carências de serviços públicos em todos os aspectos, e a população se sentindo desamparada pelo Estado. Tudo isso é gritante!
Quero terminar como comecei essa conversa nesse princípio de ano, “nos desejando” um FELIZ VOCÊ NOVO em 2017, Um FELIZ EU NOVO em 2017 com a esperança de que possamos reencontrar o caminho do desenvolvimento para que possamos construir uma sociedade verdadeiramente democrática, igualitária e decente.
Tenhamos fé em Deus. Tudo podemos NAQUELE que NOS fortalece!
Paz e bem!