Margareth Maciel de Almeida Santos
Doutora em Sociologia Política (IUPERJ)
Membro do Instituto Nacional dos Advogados do Brasil (IAB-RJ)
O que é titubear?
As vezes nós tropeçamos, ou melhor dizer, bambeamos em algumas escolhas que iremos fazer em determinadas situações. Eu por exemplo, já titubeei muito em minha vida, por não saber bem o que fazer, mas confesso que até hoje passo por estados de indecisões.
Mas o que eu quero dizer é que neste próximo domingo, dia 06 de outubro de 2024, estaremos dando o nosso voto para elegermos determinado candidato para a prefeitura, e para a câmara de vereadores em nosso município. E trabalhando, com a hipótese de que pode haver muitas pessoas que estão ainda titubeando, essa nossa conversa de hoje é no sentido de nos alertarmos para que não titubeamos em dar o nosso voto. Não esquecermos de manter esse movimento de irmos às urnas e com decisão sabermos em quem vamos votar.
O voto pode ser considerado como um falar político, você está dizendo com firmeza que quer aquele candidato para governar a sua cidade. E esse falar político, de liberdade de escolha é preciosa, pois não perdemos a nossa especificidade de ser cidadão ou cidadã.
Veja bem uma sociedade só existe se nós existirmos e assim para que ela possa ser uma sociedade solidária, precisamos construí-la. Não podemos deixar de certa forma de nos agruparmos, no sentido de querer o bem-estar do outro. Não podemos permitir a formação de uma sociedade fraca, desigual, onde os direitos não são para todos e todas, beneficiando somente determinadas classes sociais.
E isso é notável em uma sociedade, quando podemos ver ou melhor enxergar por meio de comportamentos sociais, os quais incluem os dos próprios políticos, dos próprios candidatos para a eleição de 2024. Comportamentos, repito a palavra, que apontam para um grande conjunto de ideias que não permitem a inclusão dos mais necessitados, não permitem um maior desenvolvimento do município, uma melhor economia, uma melhor educação, uma melhor moradia, uma melhor segurança e saúde, como também rede de esgoto e jovens que sabiam pensar de forma crítica e poder dar a sua contribuição para um mundo melhor.
Esses candidatos, que podem ser considerados de segunda categoria, por que querem comprar o seu voto por meio de favores, além de querer lhe impor a vontade deles, suas ideologias deixando de respeitar o seu modo de pensar e que não se preocupam em promover políticas públicas que possuem funções ativas para os direitos fundamentais conforme versa a nossa Carta Magna, poderemos titubear se ele merece ou não o nosso voto.
Os candidatos ou seja os que forem vitoriosos nessa eleição de 2024 para prefeito e vereadores, não devem também titubear, e serem conduzidos após a sua vitória a pensar da mesma forma que o outro pensa, anulando os seus princípios, o que foi prometido para o povo e derrubando a existência de um debate respeitoso onde se possa discutir ideias para que as novas teorias possam abrir um universo de contribuições legítimas para a sociedade contemporânea. Lembrem-se candidato, que você foi eleito pelo povo e não por seus adversários políticos.
Ao invés de resenhar aquilo que já foi discutido e nada contribuiu, seja invocado um potencial político, para modificar programas que não têm como centralidade problemas que devem ser discutidos a partir de um novo olhar.
Essa diversidade de pensamentos irá ser fundamental para que tenhamos em nosso município uma democracia que não seja cooptada por uma única corrente política, e poder ter interesses que irão aferir de forma negativa, direitos civis, políticos sociais e culturais.
É bom relembrar aqui que os papéis dos vereadores é representar o povo e tem como atribuições zelar pelo bem-estar dos moradores da cidade, independentemente se votou ou não em sua candidatura. Criar leis é uma função muito importante e também a de fiscalizar para controlar a administração do seu município.
Eleitores procurem no site do Tribunal Superior Eleitoral sobre as funções dos vereadores e dos prefeitos.
Lembrem-se que os prefeitos possuem a função de administrar o seu município e gerir os seus recursos por 4 anos. Ele também autoriza as obras e os programas sociais, por isso você, podemos dizer nós, não podemos titubear em nossas escolhas para eleger os nossos representantes.
O acesso que temos para dar o nosso voto a determinado candidato, e assim criar um diálogo entre aquele que lhe pediu o voto e você o respondeu por meio do sim ou não, é para todos os cidadãos conforme está na nossa Constituição Federal de 1988, e precisa ser trilhado como um exercício de cidadania.
Que tal fazer parte dessa história para um município que dê conta de uma diversidade que permita unir realidades de formas de convivências mais humanas?
Hoje dia 04 de outubro é dia de São Francisco de Assis. E para ilustrar o que desejo lhes passar sobre uma democracia preciso citar um pequeno comentário sobre o santo.
São Francisco nasceu na idade média, em que o centro de tudo era um mundo feudal. Isso quer dizer, classes bem definidas, momento histórico onde não se importava com a sociedade. Era o ego e as suas pretensões o código da época. No entanto São Francisco se preocupou com os princípios e valores que aprendeu com Jesus.
E assim São Francisco nos ensina que: ONDE HOUVER ÓDIO QUE EU LEVE O AMOR.
PAZ E BEM!