* Henrique Fonseca Genelhu Soares
Projeções científicas apontam que a concentração da população brasileira em grandes centros tende a crescer ainda mais nas próximas décadas. Com isso, problemas como congestionamentos, má qualidade do ar, desperdício de tempo e combustível e impactos ambientais devem ser agravados caso a mobilidade urbana das cidades não seja repensada.
A insatisfação da sociedade com o transporte público é crescente. Atualmente, a linha de frente do trabalho governamental para melhorar a circulação de pessoas nas cidades favorece, principalmente, as empresas privadas do setor de transportes, com o abatimento ou desconto em impostos, e ao transporte individual, com pequenas obras de reparos das vias. Estas estratégias são insuficientes, imediatistas e prejudiciais à qualidade de vida da população, especialmente da parcela que depende do transporte coletivo.
Além disso, a questão ambiental está diretamente ligada ao transporte urbano, já que o setor representa um quarto do total do consumo de energia do mundo e é o segundo maior emissor de gases poluentes no Brasil. Desta forma, é preciso repensar a mobilidade urbana, priorizando a eficiência do transporte coletivo e as opções sustentáveis de circulação.
É possível implementar no país estratégias utilizadas no exterior para aperfeiçoar a mobilidade urbana. A França, que implementou o sistema de bondes modernos e limpos, e a Colômbia, que investiu em teleféricos para diversificar e dar qualidade ao transporte coletivo, são exemplos a serem seguidos. Além disso, é imprescindível ampliar a infraestrutura nas cidades, criando ciclovias e melhorando as calçadas, por exemplo.
* Henrique Fonseca Genelhu Soares é Mestre em Economia pelo Ibmec-RJ e economista pela UFJF. Atua como Professor dos cursos de Economia, Administração e Ciências Contábeis da Unec – Centro Universitário de Caratinga.