Portador de uma doença genética rara e que não tem cura, o garoto, de três anos, está necessitando de várias contribuições
CARATINGA – Muitas pessoas já conhecem a história do pequeno Davi Felipe da Silva Limas, um garoto de apenas três anos, que sente literalmente na pele a dor de ter que conviver com bolhas e grandes feridas que nunca se acabam, apenas são amenizadas com alguns cuidados. Davi é portador da doença epidermólise bolhosa, caracterizada pela fragilidade da pele e da mucosa por causa de uma
alteração na síntese de proteínas que unem as camadas da pele. Sem essa proteína as camadas da pele se separam muito facilmente, sob qualquer pressão ou atrito. Por isso, as áreas de dobras e extremidades costumam ser mais sensíveis, assim como mucosas labial e ocular; o que prejudica a realização de movimentos. Atualmente os medicamentos não promovem uma cura e nem mesmo impedem definitivamente a formação das bolhas. Entretanto, podem ajudar a diminuir o surgimento das bolhas e as deficiências nutricionais, ou seja, o sofrimento de Davi pode ser amenizado.
A reportagem do DIÁRIO DE CARATINGA esteve mais uma vez na casa de Dirlene Moreira de Jesus, 31 anos, e Diego Felipe da Silva Limas, 25, depois de saber que a família está passando por grandes dificuldades. Davi tem mais quatro irmãos de cinco, nove, 11 e 13 anos. São sete pessoas vivendo apenas de um salário mínimo, relativo à doença do garoto, e R$ 195,00 do programa federal Bolsa Família, pagando um aluguel de R$ 500,00 e aproximadamente 350,00 de água e luz, fora a alimentação e os cuidados necessários com Davi, que vêm exclusivamente de doações.
A HISTÓRIA DE DAVI E DE SUA FAMÍLIA
Dirlene contou que Davi nasceu absolutamente sem pele e os médicos disseram que ele não teria seis meses de vida e que não andaria. Logo a família ficou muito abalada. Quando o garoto nasceu, Dirlene, Diego e os filhos moravam em uma área invadida, em Belo Horizonte, onde não puderam ficar, pois havia muito poeira, trazendo grandes riscos para Davi. Foi então que a família vendeu para outros invasores o pequeno pedaço de terra, conseguindo comprar alguns móveis e um carro velho, mas que desse para transportar a família, principalmente porque Davi sempre precisa ir a hospitais e se mudou para Sobrália – MG, com o sonho de que a vida melhoraria. “A cidade era muito pequena e não tinha recursos para Davi, então minha avó que mora
aqui em Caratinga nos deu a ideia de mudarmos para cá, onde estamos há cinco meses. Aqui as pessoas são muito generosas, sempre nos ajudam, mas meu esposo não consegue arrumar emprego, o que dificulta muito nossa vida”, contou Dirlene.
Quando a reportagem chegou à casa de Dirlene, que fica na Rua Cabiúna, 89, no bairro Zacarias, Diego tinha saído para uma entrevista de emprego, mas não obteve resposta positiva. Diego é servente de pedreiro e faz serviços gerais. Como não consegue emprego, faz alguns “bicos” para ajudar na alimentação, mas nem sempre consegue o sustento da família e as dificuldades aumentam.
Dirlene disse que Davi precisa comer frutas, verduras, tomar sucos naturais e que é apaixonado por “danoninho” e biscoito misturado no café com leite, o que nem sempre a família consegue dar. O maior sofrimento do garoto é no momento do banho, pois quando a água bate nas feridas a dor é muito grande e ele sempre chora muito. Ainda de acordo com Dirlene, pelo fato de Davi ter a doença, um pequeno esbarrão no sofá, por exemplo, arranca toda a pele no local do atrito. Além disso, o tempo todo aparecem bolhas pelo corpo do garoto, como se fossem de queimaduras, que a mãe precisa estourar toda noite com agulha para que não se encha de água, sangue e pus, causando graves inflamações e até infecções.
DOAÇÕES
A doença de Davi não tem cura. Mas a fé da família supera a ciência médica. Davi não passaria dos seis meses de vida, mas já tem três anos, não andaria, mas corre por toda a casa e embora passe por tanto sofrimento, é uma criança ativa e feliz. Dirlene e Diego não vivem reclamando e afirmam que as mãos de Deus estão o tempo todo protegendo o pequeno Davi. Os irmãos de Davi são extremamente carinhosos com ele e tudo que a família deseja é dar o necessário para que ele tenha qualidade de vida.
Durante a reportagem, Dirlene confessou que não tinha quase nada o que comer, mas as ajudas começaram a chegar. O empresário Ary Silva, do Irmão Supermercados, que sempre tem ajudado os caratinguenses, levou uma cesta básica para a família e falou da importância de ajudar os necessitados. “Ficamos comovidos com a necessidade desta família e viemos trazer nossa contribuição. Visitei a família e vi o quanto precisam e espero que mais pessoas ajudem”, ressaltou Ary.
Funcionários do hospital também levaram uma boa quantidade de alimentos para a família e o telefone de Dirlene não parava de tocar, pois várias pessoas querem ajudar.
PRIORIDADES
Quando Davi nasceu, a família entrou com pedido na justiça para o custeio do tratamento, mas foi negado. Dirlene já procurou a Secretaria de Saúde em Caratinga, que deve ajudar de alguma forma, e a família voltou a procurar a justiça. Mas enquanto as respostas não chegam, Davi precisa continuar o tratamento. Uma vez por mês ele precisa passar por uma consulta em Belo Horizonte que fica por R$ 350,00 com uma médica especialista. E para que as dores tão fortes enfrentadas pelo garoto sejam amenizadas e para que fique protegido de feridas graves e infecções, ele precisa dos curativos antimicrobianos de espuma com silicone suave, Mepilex Transfer. Um caixa vem com cinco curativos que custa em média R$ 650,00 e dá apenas para dois ou três dias, uma loção hidrante chamada Cetaphil, utilizada após o banho, que são necessários dois deles por mês e duas caixas, também mensais de uma rede tubular usada para enrolar os braços e as pernas, para evitar que os curativos se soltem. “Vivo mesmo de doações desses curativos, não tenho como comprar e quando não tenho, preciso colocar somente roupa no Davi, mas gruda na pele e ele sofre muito na hora de tirar, pois sangra e causa mais ferida, por isso precisamos muito de ajuda”. Apenas do curativo Mepilex, são necessárias dez caixas por mês, que fica em torno de R$ 6.500,00.
Dirlene contou que geralmente crianças com esta doença atrofiam os dedos das mãos, o que “pela graça de Deus” não aconteceu com Davi. Para evitar isso, a mãe do garoto disse existe uma luva térmica que evita as feridas nas mãos, mas ela não sabe como se chama e onde encontrar.
Quem quiser ajudar Davi com doações em curativos e até mesmo alimentação, basta ir até a casa da família, na Rua Cabiúna, 89, no bairro Zacarias ou se preferir ajudar com qualquer quantia, via depósito na Caixa econômica Federal, agência 0106/Conta 174641- 1/ Operação 013, em nome de Davi Felipe Moreira Limas. E ainda quem quiser falar com Dirlene e conferir as necessidades do garoto, que são constantes, o número do telefone celular é 33-99936-9671.