No século XV, nasceu a melhor maneira de compartilhar informação em massa de toda história. Nascia ali também a expressão da voz dos oprimidos, a manifestação do desejo humano de alguma forma de ser lido e interpretado em sua íntegra.
Ao meu olhar, nasceu a melhor forma de disseminar a expressão humana. O que marca tal nascimento, não é a simples propagação das ideias, mas sim, o conflito intelectual que fora gerado em uma época, na qual, o exercício do poder, era soberano. Matava-se e morria para ter em mãos a chave dominadora e o controle sob a mente humana.
Quem detinha a informação, retinha o poder e o controle das massas. A busca pelo conhecimento não se fazia presente, aliás, como obtê-lo? Se grande parte dos bens, e pessoas que geriam a informação e o conhecimento expresso em meio físico, mantinha-se sob a tutela, curatela e judice da nobreza e do clero.
Johannes Gutenberg criou a máquina que mudaria a maneira de como a informação seria administrada e absorvida por toda nossa nação. Eu acredito que, ele não tinha nenhuma noção de que aquela ferramenta de impressão poderia causar ao mundo moderno uma total revolução intelectual.
Após a criação de Gutenberg no Século XV, deflagraram-se as intensas publicações de livros, dentre esses, a tradução das Sagradas Escrituras por Martinho Lutero em meio a Reforma Protestante.
O nascimento da “Imprensa” ou do equipamento tecnológico chamado “Prensa”, incomodou os eruditos da época, pois a informação, mesmo sob um rígido controle do Principado, seria disseminada rapidamente. O clero, logo tratou de dar sigilo a documentos aos quais eles sabiam que se caíssem ao conhecimento público, eles perderiam o controle social de um determinado grupo.
Os questionamentos sobre a vida em sociedade, também, nasce com a propagação da informação e publicação de livros pela imprensa.
O poder que aquela máquina de multiplicação da informação detinha, era incomensurável. Logo centenas de máquinas similares estavam espalhadas por toda Europa Mercantilista. Com isso a informação ultrapassava as barreiras continentais.
Com a difusão da informação, a Aristocracia europeia, se viu obrigada a criar maneiras para que mais e mais pessoas tivessem acesso à informação, entretanto essa informação controlada por eles. Porém o tiro saiu pela culatra. Quanto mais se aprendia, mais documentos e livros eram reproduzidos, máquinas superiores e mais rápidas eram criadas. Até que se perdera o controle por parte na Aristocracia das informações que o povo estava recebendo.
Livros, Panfletos e jornais, começaram a serem impressos de forma corriqueira. E isso era uma afronta aos eruditos e pesquisadores da época. Era necessário criar um mecanismo para manter o máximo possível à integridade da informação disseminada.
O que era para ser uma máquina de “expressão de poder e conhecimento”, estava se tornando uma “máquina do terror”, tanto para os aristocratas e o corpo eclesiástico, quanto para os eruditos e aqueles que defendiam a informação em sua íntegra e real faceta.
A questão era que, a informação, sem uma determinada organização e sem ter as fontes consultáveis e verídicas, era fútil. Essa organização literária só conseguiu se efetivar no final do século XVII, e com ele novos profissionais do ramo literário foram surgindo, como: Editores, bibliotecários, indexadores e compiladores de enciclopédia.
A criança que nascera no século XV, agora estava em sua mais estrita acessão. A informação agora tinha nome, gênero, número e grau. A impressa se tornou o maior meio de comunicação entre a aristocracia e a plebe.
Mas ainda lhe faltava o “Pilar”, para se ter uma eximia comunicação entre tais interlocutores. Apesar de alguns autores conseguirem driblar discretamente a rígida censura imperial, seus livros e conteúdos impressos, ainda eram muito enigmáticos para uma comunicação direta. O que faltava realmente era a Liberdade de Imprensa.
Obviamente que, se submetendo a rígidos critérios de propagação de informação, a Liberdade de Imprensa é o único instrumento capaz de dar voz ao povo. Governantes e políticos trabalham diretamente para uma gama de pessoas com interesses divergentes da população. Mas somente a imprensa transmite na íntegra a indignação social.
Esse “Tal Liberdade”, apesar de constar em diversos documentos como: Constituições, tratados internacionais e outros meios que venham a garanti-la, nunca existiu. Quando a imprensa vai ao desencontro aos critérios governamentais, mesmo expressando claramente a verdade e ainda obtendo informações pelas mais confiáveis fontes, ela é denegrida e abusada, por autoridades que deveriam estar representando a vontade e a necessidade de um povo.
No Brasil, não é diferente. A imprensa vive acuada e massacrada pelo poder dos aristocratas e endinheirados. O povo não pode saber a verdade. E quando essa verdade é escancarada na mídia, enfiam milhares de mídias contrárias para deixar o povo desinformado e confuso.
Remontamos ao século XVI, onde o maior problema da imprensa era dar seriedade e autenticidade a informação. Hoje com a evolução tecnológica e diversos formatos e meios de apresentar informação, o papel da imprensa tem sido ainda mais importante, que é cumprir o dever de desmentir o ataque diário da desinformação, lançado até mesmo pelos Órgãos estatais do mais alto escalão.
A imprensa representa o verdadeiro poder do povo. A imprensa chega antes do poder público, ela escuta as pessoas e dá voz ao seu clamor. Enquanto políticos vivem escondidos em suas salas refrigeradas, e se empanturrando de suas guloseimas, a imprensa está na rua, seja no sol ou na chuva, buscando a verdade das informações, trabalhando para se tornar o canal mais próximo do povo com a “Tal Liberdade”.
Quem detém o verdadeiro conhecimento detém o poder.
E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. João 8:32
Por:
Rondinelle da Silva Ferreira
Bacharel em Psicologia pelo Centro Universitário de Caratinga (UNEC)
Servidor Público, Escritor e Compositor.
Discente de Direito pela Faculdade Nacional de Direito (FND; UFRJ)
Fontes:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142002000100010
https://www.soliteratura.com.br/curiosidades/invencao_imprensa/
https://www.infoescola.com/comunicacao/surgimento-da-imprensa/
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/invencao-imprensa.htm