A falta de princípios muitas vezes demonstrada por muitos tem tido enorme peso para as várias mudanças que vêm ocorrendo em nossa sociedade. Tomo aqui como definição de “princípios” os conjuntos de valores morais que temos e usamos como balizas para as nossas decisões. Sendo tais princípios as bases que usamos como parâmetro para as nossas ações, como guias para nossa visão de mundo, aquilo que influenciará nossos julgamentos, nossa maneira de pensar, de guiarmos e orientar nossa vida.
Princípios são, basicamente, aquilo que nos dirá o que é certo ou errado, de acordo com a nossa formação pessoal, de acordo com o que aprendemos como atitudes aceitáveis, ou não, de acordo com os parâmetros estipulados pela sociedade e/ou, principalmente, pela nossa própria consciência.
Como as regras e parâmetros de convívio em sociedade têm a tendência de mudar de acordo com a vontade de alguns, ditando o que é certo ou errado, de acordo com certos tipos de situações e dificuldades, aqueles que têm princípios morais individuais fracos tendem a seguir a correnteza de imoralidade que se instaura com esse estado de “princípios” voláteis. Princípios individuais bem estabelecidos são a âncora que nos impede de sermos levados por tal correnteza.
Tomo como “princípios” aquilo que não muda, e nem pode mudar, diante de diferentes situações. “Princípio” é aquilo do qual não se deve abrir mão, são linhas delineadoras que têm a função de mostrar o que pode ou não ser feito, e aceito como correto. No âmbito individual, os princípios são aquilo que terá a função de delinear o nosso caráter. Nosso caráter é demonstrado por nossas intenções e ações (provenientes dessas intenções), e nossas intenções são delineadas por nossos princípios morais. Nosso caráter reflete nossa moralidade, e essa tem por base nossos princípios morais.
Em uma pessoa onde não há limites previamente estabelecidos e fixados por seus princípios morais, éticos e/ou religiosos, entre outros, os quais têm grande influência na formação de nossos princípios individuais, tal pessoa, muito provavelmente terá algum, ou alguns, problemas de caráter e, também enfrentará problemas com certos grupos de regras que venham a limitar sua “liberdade”, gerada por sua falta de princípios e, consequentemente, pela sua falta de disciplina. É extremamente necessário que venhamos aprender a diferença entre “liberdade” e “libertinagem”, pois a má compreensão destes dois termos pode levar nossa sociedade por caminhos tenebrosos.
Wanderson R. Monteiro
(Bacharel em Teologia pelo ICP – Instituto Cristão de Pesquisas)
(São Sebastião do Anta – MG)