Quando me tornei mãe um universo novo surgiu à minha frente. No princípio o medo quase desesperador em olhar para aquele “serzinho” tão indefeso e saber que a vida dele estava em minhas mãos, e que não teria mais volta – eu era responsável por aquele ser enquanto vivesse! Aos poucos esse medo foi diminuindo e vieram as boas emoções: os primeiros sorrisos, as primeiras demonstrações de carinho, o reconhecimento de que você é a mamãe, o choro na sua ausência, o colo que cala e embala o soninho mais sereno do mundo.
E os laços foram se fortalecendo… Dizem que o vínculo entre mãe e filho começa ainda no ventre, mas é aqui fora que a gente sente essa ligação crescer de tal forma como se um não pudesse mais existir sem o outro. Creio que muitas mães também devam ter essa sensação. Porque o instinto materno existe, ele é real.
É ele que nos dá força – quando estamos em frangalhos depois de um dia cansativo – para acordar 2, 3, 4, 10 vezes no meio da madrugada para acalentar um choro, amamentar ou monitorar uma febre e depois ainda permanecer acordada e atenta a todos os afazeres do dia seguinte. É ele que nos faz abrir mão dos banhos demorados, salto alto, passeios com as amigas, programas de TV, jantares a dois, dormir até tarde nos fins de semana, viagens e até, em alguns casos, da vida profissional.
Quando meu primeiro filho completou sete meses de vida dei uma pausa na minha carreira. E vivi exclusivamente para ele. Fui MÃE com todas as letras maiúsculas. Longe da ajuda dos avós e diante de um entra e sai de babás em nossa casa, fui levando a exaustiva e realizadora missão de ser mãe em tempo integral por cerca de três anos. Nessa fase entendi o significado da frase “Ser mãe é padecer no paraíso”. Foram os melhores anos da minha vida, tempo do qual me recordo com saudades.
Acompanhei cada evolução dele. João e eu vivenciamos juntos cada nova descoberta. O primeiro sorriso, as primeiras palavras, os primeiros passos, o primeiro dentinho, a primeira febre, o primeiro tombo, a primeira vez no cinema e assim fui curtindo e registrando em meu coração cada um desses momentos que eu poderia ter perdido se estivesse dividindo meu tempo com outra atividade. Hoje vejo que foi a melhor coisa que fiz.
Não me arrependo nenhum pouco de ter sido mãe em tempo integral naquele período. Constatei que era de mim que ele mais precisava naquele momento. E eu dele. Mais do que de qualquer emprego. Carreira a gente retoma, na hora certa. Os filhos são nossos pra sempre. E vão precisar da mãe por toda vida. Para cuidar, para ensinar, para educar, para consolar, para aconselhar, para orientar, para repreender, para formar seu caráter, para proteger, para amar. Um dia, no entanto, caminharão com pernas próprias e nossa missão é ensiná-los no caminho em que devem andar.
Não estou sugestionando que se faça como eu fiz, mas compartilhando como essa atitude me trouxe paz e realização. Sei que nem todas as mães podem se dedicar exclusivamente ao filho nos primeiros anos de vida, mas mesmo que você precise dividir seu tempo com outras tarefas, priorize e aproveite cada momento com ele e não economize amor.
Hoje não sou mais “mãe em tempo integral”, mas sigo meu instinto materno e tento priorizar ao máximo minha disponibilidade a ELES. Agora são dois. João e Felipe. Duas vidas que dependem de mim e dos meus exemplos para se tornarem homens de bem. Dois garotos com idades, personalidades e sonhos diferentes, mas que necessitam e amam a presença da MÃE – não desmerecendo o papel fundamental do pai, é claro!
Apesar de imperfeita em muitos aspectos e dos malabarismos necessários nessa correria louca da vida, minha maior realização é seguir a cada dia encontrando tempo para colecionar momentos e produzir memórias felizes nos coraçõezinhos deles, como fez um dia minha amada MÃE, Leda Barboza.
Ser mãe é a maior benção que Deus concedeu a nós mulheres! Os filhos são a herança do Senhor. Ame seus filhos e honre suas mães, todos os dias, não apenas hoje! Parabéns a todas as mães!
Fernanda Freitas – Jornalista pós-graduada em Marketing, Coordenadora da TV Sistec, Apresentadora e Editora-Chefe do TJS, Diretora e Apresentadora do Programa Talentos e Negócios. Filha de Onair de Freitas e Leda Barboza, esposa do Jackson Luz Fonseca e mãe do João e do Felipe.