Nosso Brasil passa por uma crise sem precedentes em sua história republicana. A velha mania de se gastar mais do que se arrecada. Querer comprar o poder, a insana sede de perpetuação, a ganância, a praga da corrupção, a ineficiência da máquina pública e a carga avassaladora de impostos e mais impostos nos remetendo o passado quando Tiradentes liderou a Inconfidência Mineira contra os abusos da coroa portuguesa que levava todo nosso ouro.
País em descrédito no cenário internacional, PIB sofrível, dívida pública, escândalos inflação, desemprego, miséria, pânico e medo do futuro incerto. Estados quebrados e municípios falidos, reflexo da incompetência administrativa e da improbidade ao gerir a coisa pública.
Em Minas, 600 municípios fecharam as portas por um dia em protesto contra diminuição de repasses dos governos federal e estadual. Esquecendo-se da lei de responsabilidade fiscal, lotam as repartições municipais de servidores apadrinhados. Não bastasse isso, licitações absurdas com discrepância de preços assustadores, indicam que não falta tanto dinheiro assim. Os recursos são mal geridos.
O trabalhador assalariado, com orçamento apertando em seu pescoço, busca economizar o máximo adquirindo produtos mais baratos. Isso deveria ocorrer com os governantes municipais, dando exemplo de lisura e probidade e sabendo que o dinheiro que arrecadam não lhes pertence. Deve ser utilizado de forma racional, a serviço do povo que o elegeu.
Não é de se assustar 2.589 servidores efetivos em Caratinga, 227 comissionados aproximadamente, sendo que foram demitidos uns 50 esses dias pela prefeitura. São 150 aposentados não pelo INSS, mas sim pela municipalidade por um plano de previdência própria e 150 contratados. Imaginem que gira esses proventos + os encargos trabalhistas em torno de 6.000.000,00 (em torno disso), fonte fidedigna a se preservar.
Como pode sobrar dinheiro para a saúde? Sofrem os professores laboriosos demitidos porque a educação e a saúde nunca foram prioridade dos nossos governantes. Faltam recursos porque são mal direcionados e nossos impostos que recolhemos ao fisco de forma sofrível e coercitiva sob pena de divida ativa, vão pro ralo. Muitos jamais imaginaram os números acima assustadores da despesa pública e vejam no portal da transparência que com a arrecadação cada vez menor, fruto da economia em frangalhos, respinga em nossos municípios e nossa Caratinga não é exceção.
Só mesmo com austeridade, probidade, senso cívico e desprendimento pode-se gerir de forma laboriosa os recursos arrecadados. A choradeira dos municípios mineiros tem sua razão de ser. Precisam ter melhores repasses. Mas a de se refletir que se estamos em tempos de vacas magras, porque não economizar? É preciso que algo seja feito. Ano que vem acontece tudo de novo. A festa da democracia, as eleições e cabe a nós mais uma vez nos atentar para os candidatos, seu passado, seu presente e seu futuro como seria administrando nossa terra? Se esbanjam dinheiro público a revelia da lei obsoleta não se pode reclamar do caixa vazio. O povo não aguenta mais a carga tributária. Empresas baixando as portas; vejam em nossa cidade quantos pontos comerciais vazios com placa de aluga-se. A crise é séria e esperamos para o futuro que possamos encontrar alguém que faça um governo que realmente seja emanado dos anseios do povo sofrido de nossa querida terra.
Álvaro Celso Mendes
Graduando em Direito pela FIC Caratinga-MG