* Melissa Araújo Ulhôa Quintão
Sabe-se da importância do sono para a manutenção das funções fisiológicas do organismo em sua plenitude. Resta saber o que podemos fazer para incrementar o sono, além dos cuidados de higiene do sono?
A resposta é: corra para ter um bom sono. Em outras palavras: faça exercício!
O exercício físico é uma intervenção não farmacológica para aprimorar o sono, pois melhora o tempo e a qualidade do sono quando realizado de maneira adequada. Para as pessoas fisicamente ativas, o sono torna-se menos fragmentado e consequentemente, contribui para a disposição durante o dia para exercer as atividades na vigília. Estudos comprovam que pessoas que praticam atividade física aeróbica, como, caminhada, corrida, natação, apresentam melhor qualidade do sono, maior facilidade para adormecer e sono mais reparador.
Quando realizamos atividade física, o cérebro libera substâncias químicas endógenas (neurotransmissores) que promovem sensação de bem-estar físico e mental. Essas substâncias ou neurotransmissores são conhecidas como endorfinas, encefalinas, serotonina e atuam modulando o sono. Acredita-se que o aumento na liberação dos neurotransmissores pelo encéfalo, seja atribuído ao aumento do fluxo sanguíneo para o cérebro durante a prática de atividade física.
Outros estudos apontam que o exercício físico aumenta a atividade metabólica do cérebro, aperfeiçoando as funções encefálicas. Além da melhora no sono, pode ocorrer melhora na cognição, memória e humor, por exemplo. Existem evidências que a atividade física promove aumento na produção de certas proteínas. Essas proteínas são decisivas para a comunicação entre os neurônios encefálicos, e consequentemente, desempenham um papel crítico no refinamento das funções do cérebro. Portanto, deve-se evitar o sedentarismo para manter o corpo e mente saudável.
Deve-se ter moderação para realizar atividade física. O excesso de exercício pode provocar síndrome do overtrainning ou supertreinamento. Neste caso, o efeito é negativo e pode causar insônia, fadiga, dor corporal, entre outros sintomas. O ideal é que o exercício seja realizado por cerca de uma hora, com carga leve a moderada.
O melhor horário para praticar atividade física depende do seu ritmo biológico. Algumas pessoas sentem-se fisicamente mais apta a praticar pela manhã, enquanto outras preferem períodos da tarde. No entanto, o exercício nunca deve ser feito próximo ao horário de dormir, pois realizá-lo tarde da noite também pode prejudicar o sono.
Após um dia de vigília e exercício físico, o melhor que se deve fazer é ir para a cama e repousar. Por isso, a qualidade do colchão também é muito importante para o sono. Afinal, passamos um terço da vida dormindo. O colchão não deve ter deformação para não trazer alterações posturais e dores. Por sua vez, as dores também prejudicam o sono. Muitas vezes, o colchão antigo tem ácaros e mofo. Esses microrganismos causam alergias e problemas respiratórios, que também interferem negativamente no sono. Eles causam congestão nasal, secreção, espirro, tosse que atrapalham o sono. Neste caso, uma capa para colchão é algo que evita esses sintomas. Dessa maneira, é bom correr para ter um sono bom e assim, “cair na cama” para dormir bem.
* Melissa Araújo Ulhôa Quintão – Doutora em Ciências (USP) e Mestre em Fisiologia (UFES). Docente dos cursos de Enfermagem, Fisioterapia e Medicina do Centro Universitário de Caratinga – UNEC.
Mais informações sobre o autor(a), acesse: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4775398E5