* Hebert Amaral
A evolução das tecnologias da informação e comunicação é clara e pode ser percebida sem nenhum tipo de esforço. Cada vez mais presentes em nossas vidas, esses sistemas e aplicativos migraram de um uso restrito às grandes instituições para o uso doméstico e em aplicações bem especificas de negócios em organizações públicas e privadas. Pode-se prever para o futuro uma realidade ainda mais intensa para o uso desses sistemas, cotidianamente e totalmente transparente.
Dificilmente nos dias de hoje, o ambiente corporativo, tanto de organizações públicas quanto de organizações privadas, executa suas atividades sem a implementação de um ambiente computacional estruturado. No início da utilização de sistemas computacionais em ambientes corporativos, os sistemas eram altamente centralizados, ou seja, existia uma central de processamento de dados onde os usuários deveriam levar seus trabalhos para o devido processamento. Com o advento das redes de computadores e Internet, integrando computadores, dispositivos, pessoas e meios de comunicação, esse cenário mudou-se drasticamente.
A computação passa a ser realizada em tempo real e de qualquer lugar. Os usuários dos mais diversos tipos de aplicações possíveis podem, agora, executar suas aplicações remotamente. Assim, o cenário dos sistemas computacionais e a tecnologia da informação passam por consideráveis modificações devido aos avanços da indústria de computadores, proporcionando dispositivos computacionais com alta capacidade de armazenamento e processamento de dados e a custos menores que cabem na palma da mão, como os smartphones, por exemplo.
Para muitas empresas e setores de todo tipo de atividade, onde o uso de sistemas computacionais é imprescindível para a manutenção do negócio, uma falha que interrompa seu funcionamento ou que cause a perda de dados importantes pode provocar até mesmo a falência dessas empresas. Nesses ambientes, onde os sistemas computacionais e recursos tecnológicos são importantíssimos para atividade fim da organização, os sistemas podem ser chamados de críticos, pois possuem características particulares e com elevadas exigências em termos de confiança e segurança. Para evitar qualquer tipo de transtorno, a maioria das empresas “monta” seus sistemas como sendo de missão crítica. Ou seja, utilizam ferramentas e recursos tecnológicos para evitar a paralisação de serviços computacionais por algum tipo de falha, sobrecarga e, inclusive, a perda de dados e informações importantes.
A identificação de um sistema para um ambiente organizacional qualquer é parte fundamental do processo de informatização e automatização das tarefas. É exatamente neste momento que se deve identificar se o ambiente caracteriza ou não a necessidade de técnicas e ferramentas para propor um sistema de missão crítica. A grande maioria das aplicações desenvolvidas ultimamente considera a conectividade como peça chave em seus projetos, ou seja, o aplicativo deve estar disponível em rede para acesso remoto dos usuários. De acordo com essa perspectiva, um dos primeiros parâmetros que deve ser analisado é exatamente a infraestrutura de rede existente ou que será desenvolvida para o devido funcionamento da aplicação.
O termo “dependabilidade” (dependability) pode ser definido como a confiança que se pode depositar no serviço oferecido por um dado sistema de computação. A dependabilidade envolve vários atributos como confiabilidade, disponibilidade, segurança funcional crítica (safety), integridade, facilidade de manutenção e garantias de desempenho adequado, mesmo na ocorrência de falhas não previstas.
A construção de modernos parques computacionais, com processos de negócios bem definidos, tarefas automatizadas e infraestruturas de comunicação de dados de alta velocidade, possui vários objetivos, dentre eles os principais são aumentar a lucratividade e a competitividade. Desde sistemas bancários até caixas de supermercados e padarias, os computadores, há tempos, desenvolvem papéis críticos no cotidiano da sociedade moderna. Como exemplo, pode-se imaginar o caos em aeroportos devido a problemas no sistema computacional que controla as aeronaves, ou até mesmo a irritação de um cliente em uma fila parada de caixa de supermercado porque o sistema computacional está inoperante.
Porém não apenas em tais tipos de serviços, mas, principalmente, em empresas cujo maior objetivo é exatamente a oferta de algum serviço computacional, como comércio eletrônico, notícias, sites WEB e aplicações distribuídas a dependência é ainda maior. Para esses ambientes, onde os sistemas de computação são um fator de grande relevância e caracterizam partes críticas do sistema global de uma organização, é necessário desenvolver plano de contingência para otimizar o desempenho das atividades do processo. Confiabilidade e disponibilidade são cada vez mais desejáveis e necessários em sistemas de computação. Isto devido ao aumento do uso e da dependência que as organizações e as pessoas têm de aplicativos e sistemas automatizados e informatizados.
* Hebert Luiz Amaral Costa, Possui graduação e mestrado em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Viçosa. Atualmente é professor de ensino superior no Centro Educacional de Caratinga – UNEC e Consultor em Tecnologia da Informação, Gestão Estratégica de Empresas e Gerenciamento de Projetos. Tem experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em Sistemas de Informação, reengenharia e automação de processos administrativos e atua principalmente com as seguintes áreas: software livre, software público, infraestrutura de TI, sistemas de informação especialistas, planejamento e gerenciamento de projetos.
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