*Lucas d’Almeida Franco
Por definição, Liberdade é o direito de agir segundo o seu livre arbítrio, de acordo com a própria vontade, desde que não prejudique outra pessoa. Pela Constituição Brasileira de 1988, temos a aplicabilidade de liberdade como: “É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou sair com seus bens”. Mas na realidade, o que é ser livre? O que ela realmente representa para todos nós? Seria ela a possibilidade de estar no meio de muitos, pensar diferente e ser respeitado? Seria ela um ponto que se sintoniza com a tolerância? A liberdade está muito além do ponto da opinião e expressão de pensamentos. Ela traduz muito bem o respeito que devemos ter para com os outros e com a sociedade. Tais citações refletem suas ações perante a sociedade onde ninguém saia ferido por seus pensamentos, mesmo que eles não estejam em total concordância com os meus. Um de nossos maiores vícios, o egocentrismo, trava uma batalha intensa com a liberdade. Ele mostra como é difícil se colocar na pele do outro para entender seus motivos. Não é porque alguém não pensa como você, não vive como você e não aja como você, que ele não deve ser livre para se manifestar. A definição bem já diz, “agir de acordo com a própria vontade, desde que não prejudique outra pessoa”. Muitos escravos do antigo Egito não travavam guerras contra o faraó, apenas adoravam a Deus e tinham sua liberdade restrita. Assim também, viviam os negros que foram trazidos ao Brasil na época colonial, onde eram maltratados e apunhalados quando iam contra as vontades da casa grande. Os burgueses da revolução francesa, apesar de movimentar em grande parte a economia, não tinham plena liberdade e direitos de comércio, restringindo suas relações e vidas. Isso tudo, sem comentar os 21 anos já vividos no Brasil, onde liberdade de expressão era um termo bem restrito aos que ficavam em silêncio. Se tomarmos todos esses pontos como base e analisarmos que, para sermos livres, não podemos prejudicar outra pessoa, pensamos melhor e refletimos: quem realmente deveria ter sua liberdade restringida? Os que sofreram o aprisionamento ou os que aprisionaram? Será mesmo que buscamos a liberdade através dos pensamentos corretos? Será mesmo que somos livres?
Por definição, a Igualdade é a ausência de diferença, quando todas as partes estão nas mesmas condições, possuem o mesmo valor ou são interpretadas a partir do mesmo ponto de vista, seja na comparação entre coisas ou pessoas. Pela Constituição Brasileira de 1988, todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes. Mas na realidade, onde se aplica a igualdade? Se colocar na ponta do papel e analisar, não somos iguais no pé da letra. A igualdade existe função dos nossos direitos e deveres como ser humano, em função de termos os mesmos princípios, independente das nossas opiniões e julgamentos. Ser igual não significa pensar igual, viver igual, analisar igual ou agir igual. Ser igual transmite o pensamento de buscar o mesmo ideal, apesar dos meios. Enxergar um mesmo objetivo de vida, de pátria, de sociedade. Trabalhar o bem social em visão do direito da vida. A igualdade é uma condição de pensamento que pode se aplicar muito bem à sociedade, mas sabemos que não é bem assim. Realizando o mesmo parâmetro histórico do termo anterior, aplicando os direitos e deveres sociais, conseguimos perceber muito bem isso. Muito se discute hoje sobre igualdade trabalhista e igualdade social. Mas é bem nesta ferida, que outro grande vício da sociedade se impõe: o preconceito. Mesmo com sua identidade social e biológica, somos espiritualmente iguais. Todos nós viemos ao mundo da mesma forma e saímos dele com o mesmo sopro. Independentemente de suas vontades, ações, pensamentos, opiniões e ideologias. Ninguém vem ao mundo sem algum propósito e, cabe a nós, amar e respeitar.
Por definição, Fraternidade é um termo oriundo do latim frater, que significa “irmão”. Por esse motivo, fraternidade significa parentesco entre irmãos. A fraternidade universal designa a boa relação entre os homens, em que se desenvolvem sentimentos de afeto próprios dos irmãos de sangue. Independente de opiniões e conceitos, buscamos sempre a união, livre de julgamentos. Conviver em sociedade não é simples. Aprender com os nossos erros não é simples. Aplicar a tolerância não é simples. Mas viver em fraternidade é saber que o simples não é o princípio da vida. Se tudo fosse fácil, não aprenderíamos e cresceríamos como irmãos. Amor e respeito vão além da fraternidade. Há um grande vício social que se choca com a fraternidade: o orgulho. Saber quando devemos avaliar os limites do respeito pode ser nosso grande desafio. Estamos em constante conhecimento e com a fraternidade, sabemos sempre que não estamos sozinhos nesta. Compartilhar/ aprender é, de longe, um dos maiores segredos da humanidade.
Para finalizar, deixo alguns questionamentos. Será que estamos realmente dispostos a abrir mão de nossas ideologias e críticas sociais por um mundo melhor? Queremos nós, entender o lado do outro antes mesmo de julgá-lo e interpretá-lo baseado em nosso conhecimento de vida? Sabemos realmente como conviver em sociedade? Entendemos sobre suas maiores necessidades?…
LUCAS D’ALMEIDA FRANCO é acadêmico de Medicina e Membro Efetivo da Loja Maçônica Fraternidade Acadêmica de Caratinga.