Wagner: De Inhapim para o Brasil
Em tempos de pandemia e restrições, nosso futebol regional anda bem parado. O que estou plenamente de acordo. Afinal, com os últimos números de infectados e infelizmente de óbitos na região, o futebol pode esperar. Mas nem por isso, significa que não temos assunto. Afinal, se tem algo que nossa região tem de sobra, é ótimas histórias e craques aos montes pra gente relembrar. Um desses craques, nasceu na vizinha cidade de Inhapim, aliás, celeiro de grandes jogadores desde que o futebol chegou ao Brasil.
Wagner Roberto de Oliveira nasceu em Inhapim no dia 21 de agosto de 1959. Ainda bem jovem, foi tentar a sorte junto com o irmão Vaner na escolinha do América MG. Fez toda a base no Coelho, e subiu para os profissionais visto como um dos mais promissores de sua geração. Em 1979 com apenas 20 anos, já era titula do ataque americano que lançava um time de jovens de puro talento. Em 1981 foi artilheiro do Campeonato Mineiro, desbancando gênios como Reinaldo do Atlético por exemplo. Todo esse sucesso, chamou atenção do bicheiro e patrono do Bangu Castor de Andrade que não economizou para levar o atacante para o time de Moça Bonita, vale a pena lembrar para as novas gerações, nesta época, o Bangu era um dos melhores times do Rio de Janeiro e em 1985 chegou a ser vice campeão brasileiro, sem falar que grana não faltava.
Pelo Bangu, Wagner atuou apenas duas temporadas (82 e 83), marcando 30 gols em 74 jogos. Dois jogos, no entanto, marcaram a memória deste mineiro. A estreia, claro, contra o Cruzeiro, pelo Campeonato Brasileiro de 1982. Wagner marcou o terceiro gol da vitória por 3 x 0, em Moça Bonita. E o jogo contra o Santos, naquele mesmo ano. Foram dois gols nas redes de Marola que renderam ao Bangu o placar de 2 x 0, também atuando em casa. Depois de encerrar a carreira como jogador, Wagner foi ser treinador, inclusive comandando o próprio América na década de 90. Por último, comandou o Iraty no Paraná. Wagner é um dos grandes exemplos que não é de hoje que nossa região é um grande celeiro de craques.
Equipe do América no início dos anos 80. Em pé: Hélio, Cláudio Barbosa, Eraldo, Dias, Vaner e Zé Carlos; Agachados: Eli Mendes, Lúcio, Wagner, Luís Carlos Gaúcho e Macedo
Mineiro: Deu Raposa no clássico 100 anos
O Atlético era o grande favorito para vencer o clássico que marcou os 100 anos da rivalidade. Assim como continua sendo para conquistar o título do estadual. Aliás, pelo tamanho do investimento e diferença técnica, não é exagero dizer que tem até mesmo a obrigação de vencer a competição. Porém, quando a bola rolou no Mineirão, todo esse favoritismo teórico, na prática não apareceu em campo. Bem ajustado taticamente e demonstrando muita disposição, o Cruzeiro foi cirúrgico nas poucas oportunidades que criou. Por outro lado, o alvinegro não conseguiu transformar a superioridade técnica e até mesmo de volume de jogo em gols. O resultado deve servir de estímulo e alívio para a Raposa seguir rumo ao seu principal objetivo que é voltar a série A. o torcedor celeste tem que tirar sarro, curtir mesmo o triunfo sobre o maior rival. Mas, tudo isso só servirá desde que alcance a elite do Brasileirão novamente. Pelos lados alvinegro, serve para dar uma baixada de bola em quem estava olhando para o elenco como “selegalo” e colocando no mesmo nível de Flamengo e Palmeiras, na minha humilde opinião, ainda faltam algumas peças, sem dizer que o trabalho de Cuca esta apenas no começo.
Rogério Silva
@rogeriosilva89fm