A restauração do poder dos seguidores de Jesus que transtornaram o mundo
A pandemia continua seu avanço arrasador. Impossível fechar os olhos e muito menos o coração para o sofrimento das famílias de mais de 80 mil falecidos. Nossa oração e sensibilidade só aumenta em intensidade. Não somos máquinas – somos interligados uns com os outros, e sofremos com a dor do próximo!
Enquanto penso nisso, vêm à lembrança as promessas de Deus. O interessante que – ao contrário do que alguns instrutores cristãos ensinam – as promessas estão ligadas a nossas atitudes e ações também. A graça salvadora é real, verdadeira, uma verdade extremamente bíblica – só basta querer, buscar, aceitar. Mas o ser abençoado ou não, depende de nós também.
Isso está explícito em Gênesis 12.3 e várias outras passagens. Em Gên 12.3 Deus promete grandes bênçãos para aqueles que abençoam a semente de Abraão, o povo judeu. Está escrito: Abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.
Na virada do século XIX uma grande porção dos cristãos (e suas lideranças) acreditava que não havia mais nenhuma promessa de Deus para o povo judeu. Segundo eles, o “tratamento especial de Deus” TINHA ACABADO. A visão predominante e que veio desde muito cedo era que essas promessas restantes tinham sido transferidas para a igreja.
Hoje sabemos que mais de 80% daquelas promessas para esse povo de Jesus, nosso Messias, a respeito de sua restauração em Israel já foram cumpridas. Ah, se o Papa ou os líderes luteranos dos dias do Nazismo tivessem acreditado em Deus e suas promessas ao seu povo? A história do Holocausto poderia ter sido bem diferente.
O restante, os 20% virá quando Deus derramar sobre essa nova/muito antiga nação, Israel, um “espírito de graça e súplica”, como antecipa o profeta Zacarias (12.10). Então eles serão purificados ao receberem a Jesus (ou Yeshua, na sua língua) como o seu Salvador (Mashiach) e Senhor (Adonai), como o Rei de Israel.
A nós, porém, a toda a comunidade cristã gentia (não-judaica) fica a lembrança e aviso dado pelo apóstolo Paulo: “Eu não quero que vocês ignorem esse mistério, irmãos, para que vocês não sejam presunçosos: Israel experimentou um endurecimento em parte até que todo o número de gentios tenha chegado.” (Romanos 11,25). Sim, um grande e tremendo mistério! Quando isso ficou claro para mim eu viajava de noite de Berlim para Evian, cidade francesa onde a sorte de muitos judeus – talvez mais que 6 milhões – foi decidida em 1938 voto dos representantes dos 32 países da então Liga das Nações, presidida pelo Presidente americano, e na qual estava um representante brasileiro também. Daqueles 32 países, apenas três se dispuseram a fazer tudo ao seu alcance para receber os judeus “condenados” na Alemanha de Hitler. Mas uma vez o antissemitismo foi mais forte.
Então, enquanto essa plena aceitação do Messias não tiver acontecido ainda, os crentes em Jesus de outras origens podem e devem interceder e, através de um espírito de humildade, trabalhar para desfazer as tantas injustiças do passado praticadas pela igreja contra o povo judeu.
Por outro lado, algo maravilhoso está acontecendo hoje em todo o mundo: o Senhor está enviando um espírito hebraico para desfazer o espírito grego. No século III, muitos escritos e práticas antissemitas haviam sido infiltrados na igreja através dos ensinamentos e influências filosóficas, principalmente através de filósofos gregos que tinham se convertido.
Assim, por exemplo, teólogos fizeram muitas tentativas no intuito de reconciliar os ensinos do filósofo Platão com o cristianismo. O que aconteceu? Eles “facilitaram” as coisas: ao invés de fazer uma exegese correta, decidiram substituir os fundamentos hebraicos, oriundos dos 1500 anos da operação de Deus com o povo de Israel, e que tinham sido a base na Igreja Primitiva, e porque não dizer, nos ensinos do próprio Senhor Jesus.
Mas, essa influência contra o povo judeu – infelizmente – foi muito mais profunda: a filosofia e sua forma de abordar a vida cognitiva- e teoricamente entraram pouco a pouco na igreja. O resultado trágico foi subordinar, travar, na verdade, a relação de confiança e obediência com o Senhor da vida que os crentes tiveram desde o início do movimento cristão. Sim, isso é muito importante: no início a confiança e obediência ao Senhor crucificado e ressurreto era o ingrediente chave de cada membro! Não era um seguir cegamente as pregações dos líderes, mas sim ter um relacionamento vivo com o Deus vivo que orientava a cada um no que devia fazer – e por isso houve aquele impacto transformador, tirando milhares de pessoas de uma vida sem sentido, e na maioria das vezes, da pobreza, da marginalidade.
Quando Paulo escrevia em sua carta aos Colossenses, capítulo 2, verso 8: “Cuide para que ninguém o cative pela filosofia oca e enganosa, que depende da tradição humana e dos princípios básicos deste mundo, e não de Cristo”, ele estava prevendo e pedindo muita cautela contra tal invasão de pensamentos, ideias e, sobretudo, hábitos que estariam entrando na igreja.
Que tristeza! E pasmem: muitas das chamadas “doutrinas” que dividiram e ainda dividem os filhos de Deus são o produto desta infiltração da filosofia grega!
Para entender melhor: Antes, a palavra “doutrina” era entendida como a mensagem da verdade pela qual alguém estaria disposto a morrer. Depois, porém, da infiltração do viés filosófico grego, “doutrina” se tornou ATÉ numa DESCULPA para perseguir e desprezar outras pessoas pelas quais Jesus também tinha derramado o Seu precioso sangue.
Na carta também de Paulo aos Filipenses, ele aconselha como levar a vida juntamente com outras pessoas, as quais nem sempre pensam a mesma coisa sobre os assuntos espirituais: “Todos nós, que somos maduros, devemos ter essa visão das coisas. E se em algum momento você pensa de maneira diferente, isso também Deus deixará claro para você. Apenas vivamos (o amor que já alcançamos” 3.15-16.
A questão aqui não é – como se fazia na Acrópole grega – que o assunto seja discutido e rediscutido até que a razão(?) “clareie” a cabeça dos dissidentes. O jeito de Deus de fazer Sua obra sempre foi – quando o homem é convidado a participar – de criar um ESPAÇO no qual o Espírito de Deus possa agir e convencer internamente àqueles que pensam diferentemente.
Na próxima semana continuaremos a tratar desse assunto que tem influenciado o povo de Deus.
Quero agradecer pela sua companhia nesta coluna, e o convido a participar. Mande para mim suas contribuições, perguntas e dúvidas ([email protected]).
Que o Anjo do Senhor continue a guardar você e a sua casa de todo e qualquer mal. Juntos, e com o Deus de Israel, venceremos!
Rev. Rudi Augusto Kruger – Diretor, Faculdade Uriel de Almeida Leitão; Coordenador, Capelanias da Rede de Ensino Doctum – [email protected]