Moradoras da casa vizinha, que foram prejudicadas com o desabamento parcial da casa ocorrido em dezembro de 2018 declaram que estão aliviadas
CARATINGA- Durante as chuvas do dia 31 dezembro de 2018, parte da estrutura de uma casa, situada à Rua Jornalista Leonel Fontoura, Bairro Limoeiro, desabou. Este imóvel colocava em risco uma residência vizinha e parte da estrutura que sobrou corria o risco de desmoronar.
De lá para cá, as moradoras da casa ao lado, Ana Isabel e sua filha Clariane Pereira conviviam com o medo de que houvesse um novo desabamento. Na tarde de ontem, o que elas chamam de “pesadelo” terminou, pois a proprietária teve a iniciativa de demolir a estrutura.
Em entrevista, o diretor da Defesa Civil, João Bárbara, declarou que o caso era uma polêmica que se estendia desde abril de 2018”. “Já havia acontecido um deslizamento lá, tivemos que tirar o proprietário da residência e comunicamos ao proprietário da casa para que revolvesse o problema. A Defesa Civil trabalha preservando a vida. Às vezes a gente fala com o proprietário; vai fazer uma construção não consulta o município, não analisa o local que está fazendo sua casa, aí quando tem a calamidade, vêm as chuvas, acontece o pior. Então, a gente notifica, avisa, pede, para evitar o pior, mas, infelizmente, não foi tomada nenhuma posição do proprietário, e veio acontecer o segundo desabamento que interferiu um pouco na casa do vizinho ao lado”.
A moradora Ana Isabel afirma que logo que avistou as máquinas, a sensação foi de alívio. “Desde quando começou a construção da garagem nós já estávamos apreensivos. Agora estou aliviada, corria risco de cair mais na minha casa e até de alguém morrer. Vai melhorar para mim e para o proprietário também. Moro no bairro há uns 33 anos, agora que segundo o terceiro dono que comprou, a casa estava com rachadura, foi tentar fazer uma garagem e não deu certo. Aquele dia o susto foi muito grande, eu tinha acabado de subir a rampa, estava operada, mais um pouquinho eu estava debaixo dos escombros”.
Em entrevista, João Bárbara, à época dos fatos, esclareceu que a prefeitura havia oferecido aluguel social para Ana Isabel e a filha, devido à urgência de desocuparem o imóvel. “Desde o primeiro incidente, a gente já pediu os proprietários [da residência ao lado] que se retirassem do imóvel, ficassem na casa de algum parente, e até propusemos de estar pagando um aluguel social – porque se não tiver condições a gente tem que fazer isso (infelizmente, às vezes, a pessoa não tem condições de estar saindo, não tem para onde ir). Mas, na primeira situação, a gente pede para ir para a casa de um parente ou vizinho para estar saindo do risco de imediato”, destacou.
No entanto, Ana Isabel argumenta que o valor ofertado pelo executivo não era suficiente. “A Defesa Civil só queria que eu saísse e aluguel de R$ 250 não existe. Arrumei uma casa de R$ 400 e falaram que não podia inteirar, porque não era vulnerável”.
Clariane Pereira relata que a além de ter se comprometido a demolir o imóvel, o que aconteceu na tarde de ontem, a proprietária disse que arcará com os prejuízos que a família teve após o desabamento parcial ocorrido no último dia de 2018. “Nos sentimos muito melhor, quando a proprietária falou que hoje (ontem) já tirava a casa, só estava esperando assinatura, quando vi a máquina, já dei graças a Deus porque podemos dormir tranquilos, sem medo de chuva. Com aquele desabamento, a parede do quarto da minha mãe foi atingida e a varanda. A proprietária se comprometeu que assim que limpar, vai mandar o pedreiro olhar quais foram os estragos, para consertar. São 18 dias sem ter para onde ir, porque a Defesa Civil só pedia para sairmos da casa, mas Deus abençoou que assim que foi notificada, a proprietária foi notificada, já estava olhando para fazer isso. Dormimos uns dias de favor na casa dos outros, até agora ainda estava sendo ruim porque estamos dormindo na nossa casa, mas num colchão no chão, o que não é o mesmo conforto da casa da gente. Agora acabou o pesadelo”.