Manifestantes questionam silêncio do executivo sobre permanência ou mudança de endereço
CARATINGA- Cartazes de protesto com os dizeres ‘Salve nossa escola’ e nariz de palhaço. Pais e alunos da escola Geraldo Marques Cevidanes se uniram na última segunda-feira (12), em protesto na Praça da Estação, para reivindicar uma resposta da Prefeitura de Caratinga, em relação ao funcionamento do ensino fundamental da instituição. Afinal, os estudantes vão permanecer no espaço, como é o desejo da maioria da comunidade escolar ou serão transferidos para o polo da na rua Maria Aniceta de Paula, número 300, no bairro Dário Grossi, conforme projeto do executivo?
A proposta de mudança tem gerado questionamentos desde o início, por isso foi apresentando um abaixo-assinado contendo 400 assinaturas de pais de alunos à secretária de Educação Lara Maia. Em audiência pública com os pais, realizada no dia 23 de outubro, ela argumentou que o executivo tem por objetivo solucionar “problemas de infraestrutura”. “Várias escolas com vários problemas, então, aquele polo está com a estrutura boa, precisamos de colocar mais salas, cercar, fazer quadra e precisamos utilizar. Sair tanto de aluguel, mas o nosso principal motivo é resolver realmente questões de infraestrutura. Não podemos tratar a rede municipal como de uma única escola, olhamos o todo, com esse todo foi levantada essa hipótese”.
Sobre a negativa dos pais em relação ao novo endereço, Lara declarou que esta reação não era esperada pela Prefeitura de Caratinga. “Na verdade, o município é o responsável por gerir, administrar os recursos públicos. Foi comunicado à direção, para que ela pudesse repassar isso aos pais, mas realmente foi uma surpresa a insatisfação. Porque eu enquanto professora posso imaginar dando aula em um prédio alugado, onde falta biblioteca, sala de vídeo, refeitório, quando chove os alunos têm que passar na chuva, então ir para um prédio próprio onde será feita toda uma infraestrutura, nós entendemos que seria satisfatório. Vou levar essa lista para o prefeito, colocando para ele o posicionamento dos pais, para que possamos rediscutir o assunto”.
Após estas declarações, a prefeitura não mais se posicionou sobre a situação da escola. Segundo Érika Garcia, que é mãe de aluno, o que eles esperam é uma resposta definitiva do executivo. “Foi feita uma reunião na Câmara junto à nossa secretária de Educação, a senhora Lara, onde ela ficou de ter uma reunião com o prefeito e nos dar uma resposta oficial sobre a mudança para o polo, na qual somos contra. Mas, na verdade ela fez uma reunião particular na Escola Geraldo Marques Cevidanes, convidou alguns professores somente e soubemos que ela comunicou que a mudança vai acontecer, enquanto aguardamos o comunicado que até a gente não chegou. Queremos uma resposta oficial dela e do prefeito, porque estamos fazendo papel de palhaço. Está todo mundo aí com nariz de palhaço, porque a resposta chega para todo mundo e não chega para os pais que são os interessados”.
Carmem Lúcia afirma que se mudou para perto da escola, para atender às necessidades do filho e não concorda com a mudança para o polo da UAB. “Primeiro é a acessibilidade, moro aqui perto, a cinco minutos da escola, meu filho faz um tratamento e precisa de mim de três em três horas, ele tem incontinência urinária. Mudei para perto da escola para ficar mais acessível para ele e mudando a escola para lá, perco toda a acessibilidade que meu filho tem, a escola é muito longe. Vou ter que ir à escola todo dia, eles me ofereceram um transporte, mas não quero ficar dependente disso para tratar meu filho. Sem falar, que meu filho não se segura dentro de um ônibus sozinho e o prédio não está pronto para receber essas crianças, precisa de uma grande reforma”.
Alguns vereadores também estão apoiando a causa. O vereador Rominho Costa classificou como “falta de respeito”, a forma como a administração está conduzindo a questão da escola. “Os interessados são os pais, os alunos e eles merecem toda atenção e respeito. Tivemos com a diretoria da Associação Comercial, que nos afirmou que até agora não houve nenhum diálogo da parte do executivo para com eles e a intenção deles é que a escola permaneça, eles estão abertos para negociar tudo aquilo que o executivo precisar, para ajudar também aos pais e alunos, para permanecer no local onde atende tão bem a estes alunos”.
Rominho também frisou que todo governante deve governar para todos e que deve ser garantido o direito de manifestação daqueles que não concordam com a decisão da prefeitura. “Esta é a vontade dos pais, todos que estão aqui presentes e inclusive dos que não estão, têm medo do que está acontecendo em Caratinga. Nós não vamos aceitar isso na nossa cidade, que as pessoas tenham medo de se manifestar, porque o governo é de todos, não é de um homem que está aí atualmente como prefeito, mas de todos aqui presentes, de nossa cidade e de cada caratinguense. Então, nós estaremos aqui juntos com cada caratinguense, não somente nesta causa, mas em todas as causas que quiserem passar por cima da vontade do povo”.