No primeiro domingo do exame, foram aplicadas as provas de linguagem, ciências humanas e redação
CARATINGA- No último domingo (4), teve início o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). Foram aplicadas as provas de linguagem, ciências humanas e redação. Alguns temas abordados foram a Declaração Universal dos Direitos Humanos, racismo, ditadura militar e violência contra a mulher.
No município de Caratinga, a estrutura para aplicação do Enem envolve seis locais de aplicação (escolas estaduais Isabel Vieira, Engenheiro Caldas, Princesa Isabel, unidades I e II do Centro Universitário de Caratinga e Faculdades Integradas de Caratinga) e mais 400 colaboradores.
Nesta edição, estão inscritos 4.670 candidatos, uma redução significativa em relação ao ano passado, quando realizaram inscrição pouco mais de 6.000 candidatos. De acordo com a organização do exame no município, ainda é preciso considerar que geralmente cerca de 30% dos candidatos não comparecem no dia do exame.
O dia de provas em Caratinga também foi marcado por ações de instituições de ensino superior da cidade. Equipes da Funec-Casu e Rede de Ensino Doctum realizaram cadastros de candidatos para o vestibular, distribuição de brindes e ofertaram mensagens positivas para os alunos, em relação ao Enem.
QUESTÕES DA PROVA
A Agência Brasil traz uma reportagem sobre os temas abordados no primeiro dia de Exame. A prova incluiu o trecho de uma matéria de jornal que cita a “intolerância do internauta” brasileiro, traduzida em mensagens de racismo, posicionamento político e homofobia. O racismo também foi abordado em um poema que aborda o discurso racista internalizado na sociedade. O racismo apareceu ainda na prova de ciências humanas, através da ativista Rosa Parks.
Rosa Parks foi uma costureira negra norte-americana que entrou para a história da luta pela igualdade de direitos civis ao recusar-se a ceder seu lugar no ônibus a uma pessoa branca. Parks foi presa por um dia, mas seu gesto deu início a um boicote ao transporte público local e culminou, meses depois, com o fim da lei que determinava a separação de negros em assentos separados dos brancos nos Estados Unidos. O episódio envolvendo Rosa Parks foi incluído na prova.
A violência contra a mulher foi outro tema levantado nas provas de hoje. Na prova de linguagens, códigos e suas tecnologias, uma campanha publicitária contra o assédio a mulheres em trens de Porto Alegre foi tema de uma questão.
Uma peça publicitária da década de 1940 foi tema de outra questão na prova de ciências humanas e suas tecnologias. A peça reforça os estereótipos de mulher submissa e a prova questionou o estudante sobre essas distorções da visão, predominante à época, que se tinha da mulher.
A ditadura militar foi tema na prova de ciências humanas. O exame reproduziu a carta do cartunista Henfil ao presidente Ernesto Geisel escrita em 1979. Na carta, Henfil declara a devolução do seu passaporte, uma vez que os passaportes de outras oito pessoas, dentre elas Leonel Brizola e Miguel Arraes, tinham sido negados.
“Considerando que, desde que nasci, me identifico plenamente com a pele, a cor dos cabelos, a cultura, o sorriso, as aspirações, a história e o sangue destes oito senhores. […] venho por meio desta devolver o passaporte que, negado a eles, me foi concedido pelos órgãos competentes do seu governo”, diz um trecho da carta reproduzida no exame.
O tema da redação foi “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”.
O segundo domingo de provas será dia 11 de novembro, quando os estudantes farão provas de ciências da natureza e matemática.
O segundo domingo de provas será dia 11 de novembro, quando os estudantes farão provas de ciências da natureza e matemática.