* Darkio Douglas Fazolo
Dificilmente poderíamos afirmar que exista uma fórmula ou receita de como construir uma sociedade perfeita ou que seja próximo disso, mas a constante busca por essa sociedade ainda é o Graal da existência humana. Um detalhe interessante são as fórmulas criadas para este fim como, no cinema, o filme “O doador de memórias” ou a série “Divergente, Convergente e Insurgente”, um controle natural ou manipulação sócio cultural por meio do célebre estado de consciência. Mas, por que analisar isso a esta altura da existência humana ou, ainda, em que sentido isso pode construir uma sociedade?
Para melhor entender o que vem por aí nesta longa estrada da vida, é importante buscar respostas, ou melhor, se produzirem explicações. Repetimos o mesmo teatro todos os dias em nossa vida, retrocedemos e evoluímos constantemente, a moda vai e vem, enfim a falta de criatividade acaba por nos remeter a velhas ideias e daí, evoluímos novamente e modificamos velhos hábitos, ou seja, assim reconstruímos uma sociedade todos os dias.
O que tange na realidade este argumento não é como se constrói, mas o que se constrói. Margaret Mead (1939), disse que: “A solução para problemas dos adultos de amanhã depende grande parte da forma como os nossos filhos crescem hoje”. Percebemos que por mais uma vez reafirmamos que o nosso futuro está ligado ao jovem, ao novo, àquele que herdará nossa sociedade, criança hoje, jovem na sequência e adulto do futuro.
Bem, partindo destas observações conseguimos elucidar o tamanho da responsabilidade que temos em nossas mãos, a construção de uma sociedade. Se não começarmos a instruir nossos jovens, nos preocuparmos com eles e daí dar a eles o verdadeiro sentido para a formação desta sociedade, os maiores condenados seremos nós mesmos. Certamente somos vítimas de nossas próprias ações, o termo faz refletir “A mão que balança o berço, é a mão que governa o mundo”, tema de um grande filme clássico de 1991, e seu título já sugere a dimensão do que propomos na construção de uma sociedade.
Para que se construa uma sociedade melhor, mais evoluída, devemos aprender com nossos erros do passado, corrigi-los no presente e investir no futuro; nossos jovens herdarão o amanhã, e farão dele a nova sociedade, e através delas construirão uma outra sociedade e assim por diante, como fizeram nossos antepassados. Não há uma fórmula perfeita, é apenas a base do que já foi vivido, o que já foi experimentado. Uma sociedade se constrói pelas vivências e experiências empíricas, é por meio delas que estratificamos o melhor do ser humano, ser sociável que vive em comunidade, que se organiza e raciocina, evolui constantemente, ser pensante, raça politicamente elucidada, porém gosta de repetir erros do passado, que tem memória curta, que sofre os mesmos dilemas e insiste em revivê-los de geração em geração.
A sociedade que iremos construir, será fruto do que vivemos hoje, será o preço que pagaremos pelos atos do agora, as práticas do hoje serão colhidas no amanhã, “Tudo que fazemos na vida, ecoa na eternidade”, a utopia sonhada não está longe, só é mais difícil de ser alcançada, não se planta uma árvore de frutos hoje e se colhe dela hoje, é necessário todo um processo e um cuidado para que ela frutifique amanhã. Nossa juventude está plantada, e se o cuidado com ela não for remediado a tempo podemos prever, mas nunca saber o que realmente iremos colher da sociedade que construímos. Um bom conselho para projetar esta nova sociedade seria o diálogo, incentivo a prática do conhecimento, e a busca constante pela sociedade igualitária, evoluída e moderna.
Darkio Douglas Fazolo é Professor de História, Filosofia e Sociologia, Especialista em Gestão Educacional, Educação Especial e Inclusiva, História e Cultura Afro-Brasileira, Filosofia e Sociologia e Especialista em Maçonologia – História e Filosofia. Micro empresário do ramo da comunicação com a empresa Ideativa. Membro Ativo da Loja Maçônica Propter Humanitatem, de Manhumirim e Membro Efetivo da Academia Maçônica de Letras do Leste de Minas-AMLM.