BELO HORIZONTE – Conhecer novas técnicas e introduzi-las em Caratinga, trocas experiências; com essa intenção, uma equipe da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento e Agronegócio de Caratinga esteve em Belo Horizonte para participara do 1º Seminário Estadual da Cachaça Artesanal de Alambique. O evento, que aconteceu na terça (17) e quarta-feira (18) na sede do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), é uma promoção do governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
Segundo o secretário Alcides Leite, o evento reuniu produtores, técnicos, comerciantes, empresas e instituições “que estão alinhados com as ações relacionadas à qualidade, segurança e certificação da cachaça artesanal de alambique”. Além do secretário, o diretor de Agronegócio José Corintho, e a diretora de abastecimento Renata Pena compareceram ao seminário.
A participação da cachaça artesanal vem crescendo no ranking dos produtos que se destacam no cenário do agronegócio mineiro e despertando a atenção do mercado internacional, mas não como commodity, a exemplo dos grãos soja e milho, e sim como bebida gourmet.
Na avaliação do superintendente de Apoio à Agroindústria da Secretaria de Agricultura, Gilson Sales, o segmento vem passando por uma mudança no perfil do consumidor, que está cada vez mais sofisticado, seletivo e exigente quanto à qualidade.
SEGMENTO
A produção mineira está em torno de 150 milhões de litros. O Estado tem pouco mais de 4,2 mil alambiques informais. Segundo a Associação Nacional dos Produtores de Cachaça (Anpaq), 700 são registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), órgão federal responsável pelo registro.
O Estado possui um programa de certificação da bebida, o Certifica Minas Cachaça. Executado pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), o programa conta com 18 marcas certificadas. Segundo o superintendente Gilson Sales, para atender a esse novo perfil de mercado, o produtor deve investir na certificação da produção, tema que será um dos destaques do seminário.
“Os programas de certificação são de adesão voluntária, mas é um investimento que o produtor faz em seu negócio. O processo valoriza e promove a marca, coloca o produtor em dia com a legislação, permitindo que ele saia da clandestinidade para o mercado formal, e abre as portas de um nicho de mercado que procura exatamente por este produto diferenciado”, afirma Sales.
TRIBUTAÇÃO
Outro tema de grande interesse do setor produtivo que foi abordado, durante o seminário, é o Simples Nacional. Segundo o superintendente do Sindicato das Indústrias da Cerveja e Bebidas em Geral (SindBebidas), Cristiano Lamêgo, foi explicado aos produtores como será a tributação a partir do momento em que se optar por esse regime diferenciado.
“Esta é uma conquista do setor, aprovada em janeiro deste ano. Quem optar pelo Simples Nacional vai ter uma redução em torno de 60% a 70% no volume de imposto”, avalia Lamêgo.