* Rachel Prado Rodrigues Veloso
Será que superestimamos o papel da Língua Inglesa em nossas vidas e em nosso dia a dia, ou ela é mesmo tão necessária?
É muito comum vermos pais cada vez mais preocupados com o futuro dos filhos e, sem dúvidas, o estudo é um dos primeiros itens de tamanha preocupação, talvez perdendo somente para a saúde. Em contrapartida, vemos jovens e adultos que tentam correr atrás do tempo perdido, inseguros por não terem se dedicado ao estudo de uma língua estrangeira.
Todos os anos, no Brasil e no mundo, cresce o número de cursos voltados para o ensino de Inglês, porém, segundo uma pesquisa realizada pela Catho, menos de 3% dos brasileiros são realmente fluentes no idioma.
Devido à globalização, à internet e toda a expansão comercial e os demais benefícios que elas nos trazem, falar Inglês deixou de ser um diferencial no mercado de trabalho, tornando-se uma habilidade básica para todo o mercado e seus componentes. A língua mantém-se no topo das negociações em todo o mundo, cumprindo um papel de idioma padrão de negociação entre aqueles que não falam a mesma língua nativa. Sendo assim, saber Inglês favorece a comunicação, a inovação e a expansão da economia globalizada. A fluência nesse idioma está fortemente associada à renda bruta do país, ou seja, quanto maior o nível de fluência de um determinado local, maior será sua renda per capta.
Além de ser fundamental para atrair investimentos estrangeiros, a fluência em Língua Inglesa garante, nas grandes empresas, um aumento salarial de 30 a 50% mais alto do que profissionais com a mesma qualificação, porém sem o mesmo conhecimento da língua. O fato preocupante é que, apesar de mais de 80% das entrevistas de emprego em nosso país serem feitas em Inglês, apenas 11% dos candidatos conseguem verdadeiramente se comunicar e somente 3% são realmente fluentes.
Infelizmente, um ponto fraco no ensino/aprendizagem de um segundo idioma no Brasil é a metodologia. O fato é que, independente da abordagem escolhida, a motivação pode ser essencial neste processo de ensino/aprendizagem da língua. De acordo com Bzuneck (2001), qualquer pessoa possui recursos pessoais como tempo, energia, conhecimento, talento e habilidade para ser investido na atividade que o indivíduo escolher, sendo que tais recursos serão mantidos enquanto os fatores motivacionais estiverem atuando.
Nunca é tarde para recomeçar.
Assim entendido, o domínio do inglês fornece meios para que o indivíduo tenha poder de ação no mundo, transformando-se em alguém não restrito ao seu espaço social mais imediato, mas em um cidadão do mundo global. Dessa forma, o ensino dessa língua deve contemplar a formação desse cidadão global.
Que, à luz do filósofo Platão, ao dizer que “devemos aprender por toda a vida”, nos inspire.
* Rachel Prado Rodrigues Veloso, formada em Letras pela Universidade Federal de Juiz de Fora, pós graduada em Administração e Supervisão Escolar e Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal de Juiz de Fora na linha de pesquisa em Desenvolvimento Humano e Processos Socioeducativos. É professora de Inglês no Centro Universitário de Caratinga/UNEC e professora de Literatura e Produção de Texto na Escola Professor Jairo Grossi.