Atleta Marilélia Rocha fez percurso de Ipatinga a Caratinga para alertar sobre os riscos do câncer de pele
CARATINGA- A atleta Marilélia Rocha Ezequiel cumpriu mais um desafio da campanha que promove de conscientização do câncer de pele. Após fazer o percurso Ipatinga a Governador no mês de dezembro, ela saiu de Ipatinga às 18h30 da última sexta-feira (23) com destino a Caratinga, onde chegou às 11h41 de ontem. Foram 100 km de muito foco e persistência. O ponto de parada escolhido para simbolizar a conclusão do desafio foi a estátua do Menino Maluquinho.
A ultramaratonista fez o tempo de 17 horas e 11 minutos, cronometrados por cinco árbitros da Federação Mineira de Atletismo, que se revezaram durante o percurso.
Em entrevista, a atleta comenta as principais dificuldades que enfrentou de Ipatinga a Caratinga, desafio que considerou o mais complexo de sua campanha até o momento.
Como decidiu abraçar a luta contra o câncer de pele por meio de ultramaratonas?
Já sou atleta há muitos anos. Esse ano especialmente estou fazendo 40 anos de vida esportiva. Meu esporte de base é a natação, fiz triatlo e de uns oito a 10 anos para cá venho fazendo natação e corrida. Há quatro anos tenho feito maratonas e do meio do ano passado para cá tenho dedicado a ultramaratonas. Mas, inicialmente tudo em caráter competitivo. Quando me surgiu a ideia de fazer por uma causa pensei vou estudar algum motivo especial. Conversando com minha esteticista ela me falou sobre o câncer de pele e deu a ideia de abraçar essa causa. Deu certo.
Como tem sido a divulgação desta causa?
Fiz o primeiro desafio em dezembro, de Ipatinga a Governador Valadares. Em janeiro fiz 24 horas correndo em torno da lagoa da Pampulha em Belo Horizonte e agora chegou a vez de Caratinga, nada mais especial que homenagear o Ziraldo que é um escritor muito conhecido e desta cidade, peguei o menino maluquinho como referência. E fico muito feliz por ter as assessorias de corrida aqui da cidade me acompanhando durante o trajeto.
É preciso conscientização. De quatro casos registrados de câncer no Brasil, um é de pele. Então esse assunto é tão pertinente a nós atletas que estamos expostos ao sol, correndo, praticando qualquer atividade física, mas também à população de maneira geral que desconhecia desse fato e agora estou conseguindo divulgar nas principais cidades.
Sua campanha também tem um caráter social. Fale sobre isso.
Temos ainda o objetivo de arrecadar doações para entidade ‘Se Toque’, que fica em Ipatinga. A princípio temos a campanha nas redes sociais, onde está disponível o número de conta e agência dessa casa de apoio. O valor mínimo de doação inicialmente é de R$ 5 em espécie. Mas as pessoas que quiserem doar alimentos, leite, roupas ou serviços podem procurar a entidade. A casa auxilia pacientes em tratamento de qualquer tipo de câncer.
Como você avalia o percurso concluído de Ipatinga a Caratinga?
Eu já imaginava que o percurso seria duro difícil pelo fato de pegar muitas subidas. A cidade de Caratinga tem muita inclinação. Estive em dezembro em Governador Valadares e era um percurso plano, mas também com um calor muito intenso. Tive essa adversidade, mas tentei descontar o tempo entre a noite e a madrugada toda para que chegasse em tempo hábil, graças a Deus a gente conseguiu cumprir dentro do horário, das regras da Confederação Brasileira de Atletismo. Queria agradecer também o policiamento que esteve comigo o tempo todo, porque é uma BR também de muito risco, perigosa e sem acostamento.
O horário previsto de sua chegada a Caratinga era entre 13h e 14h. No entanto, você chegou às 11h41. O que possibilitou com que esse tempo fosse reduzido?
A Federação exige que tenhamos pontos de hidratação e alimentação, desde rápida absorção, que são géis, carboidratos, energéticos; aos mais sólidos para conseguirmos continuar dando sequência na corrida. Consegui me manter durante o percurso, hidratando e me alimentando de maneira mais rápida; mantendo um ‘pace’, que é um ritmo de corrida um pouco mais acelerado. E também graças aos meus companheiros que correram do meu lado, me ajudando, incentivando a manter um ritmo de corrida que me fizesse chegar de maneira mais tranquila e alcançar meu objetivo.
Qual foi o mais difícil do percurso?
O trajeto da cidade de Inhapim. Tem morros muito contínuos e acostamento muito estreito. E tendo em vista que já estávamos madrugada a fora. Muito tráfego de caminhões, carretas. Tivemos o apoio da Polícia Militar Rodoviária, de suma importância para que preservasse minha integridade física e alertar aos motoristas que avistassem a atleta em percurso. Graças a Deus deu tudo certo.
Podemos dizer que o percurso Ipatinga/Caratinga foi o mais difícil da sua campanha até o momento?
Sim. Esse percurso foi o mais complexo, mas em questão de performance o que me senti melhor. Graças a Deus consegui correr 90% do percurso e me senti bem o tempo todo. Apesar que da santinha para cá pegamos um mormaço e um pouco de sol também muito forte, mas me senti bem. Cheguei com saúde que é a nossa prioridade.
O próximo desafio já está agendado?
Dia 19 de março. Vou correr de Ipatinga a Nova Era. Vou pernoitar em Nova Era e no outro dia vou a João Monlevade e vamos dar sequência em outras cidades mineiras também até julho, para fechar Minas Gerais.