Ações do clube de serviços são fundamentais para erradicação da doença
CARATINGA – O Rotary Internacional tem papel fundamental na tentativa de acabar, de vez, com uma das doenças infantis mais graves em todo o mundo, a poliomielite ou, simplesmente, paralisia infantil. A organização, presente em praticamente todos os países do mundo e com cerca de um milhão e duzentos mil associados em dezenas de países é a principal parceira de governos locais no financiamento de campanhas de vacinação contra a doença. Para tanto, mantém ativo desde 1985 o programa Polio Plus, registrando excelentes resultados. Desde aquele ano, os casos de paralisia infantil caíram 99%, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mas três países ainda apresentam estágios endêmicos: Afeganistão, Paquistão, na Ásia e Nigéria, no continente africano. De acordo com a OMS, apenas doze casos foram registrados em todo o mundo; no Brasil não há registro de pólio desde 1989, quando ocorreu um caso isolado em Souza, na Paraíba.
A poliomielite, doença deformadora e por vezes fatal, ainda ameaça crianças em algumas partes do mundo. O vírus da pólio invade o sistema nervoso e pode causar paralisia em questão de horas em qualquer pessoa, mas principalmente em menores de cinco anos. Apesar de não haver cura para a doença, ela pode ser evitada através da vacinação.
PARCERIA
O Rotary contribuiu US$1,7 bilhão e inúmeras horas de trabalho voluntário na imunização de mais de 2,5 bilhões de crianças em 122 países. Além disso, a organização desempenha papel significativo ao influenciar governos doadores a contribuírem mais de US$7,2 bilhões à iniciativa. Formada em 1988, a Iniciativa Global de Erradicação da Pólio é uma parceria público/ privada entre o Rotary Internacional, a Organização Mundial da Saúde, o Centro Norte Americano de Controle e Prevenção de Doenças, o Unicef, a Fundação Bill e Melinda Gates e governos de diferentes partes do mundo. O trabalho do Rotary se concentra na defesa da causa, arrecadação de fundos, recrutamento de voluntários e aumento da conscientização pública.
Até que a pólio seja erradicada, todos os países permanecem em risco de terem surtos da doença. Pelos próximos três anos, o Rotary levantará US$50 milhões por ano. Cada dólar desta soma será equiparado pela Fundação Bill e Melinda Gates na proporção de 2 para 1. Estes fundos serão usados para cobrir custos operacionais, recrutamento de profissionais da área da saúde, equipamentos de laboratório e materiais educativos para agentes de saúde e o público. Governos, empresas e pessoas também desempenham um papel importante na arrecadação de fundos.
ROTARIANOS EM AÇÃO
Mais de um milhão de rotarianos doam tempo e recursos pessoais para ajudar a eliminar a pólio. Todo ano, centenas de associados trabalham com agentes da saúde para vacinar crianças em países afetados pela doença. Eles também colaboram com os demais parceiros da Iniciativa Global de Erradicação da Pólio na organização e disseminação de comunicados em massa para aqueles isolados em decorrência de conflitos, situação geográfica ou pobreza. Além disso, recrutam voluntários, ajudam a transportar vacinas e fornecem o apoio logístico necessário.
No Dia Mundial de Luta contra a Pólio. 24 de outubro, o Ministério da Saúde recebeu homenagem de Rotary Internacional. O artista plástico, Darlan Rosa, criador do personagem Zé Gotinha, também foi homenageado.
COMEÇO
Algumas fontes do próprio Rotary lembram que a iniciativa de vacinação começou com o médico caratinguense Archimedes Theodoro, um dos pioneiros da pediatria na região de Caratinga. Rotariano, Archimedes foi presidente do RC Caratinga, mais tarde, se transferindo para Belo Horizonte, onde se notabilizou na especialidade; na esfera do Rotary Club Internacional, ou, simplesmente, RI, chegou a uma de suas diretorias e ao conselho de diretores conselheiros.