
Este foi o quarto ônibus apreendido da empresa num espaço de cinco dias. Todos os veículos apresentavam irregularidades
CARATINGA– “Falta de respeito!” Essa foi a principal frase dita por passageiros que viajavam na linha de São Paulo para Teófilo Otoni, quando o ônibus da empresa Itapemirim/Kaissara foi parado no posto da Polícia Rodoviária Federal, em Caratinga, na manhã de ontem. Esse foi o quarto ônibus da empresa que não pôde seguir viagem essa semana, pois estão com documentos vencidos e apresentam outras irregularidades.
Depois do primeiro episódio, ocorrido na terça-feira (9), em que dois ônibus que seguiam para cidades do estado de São Paulo e um para Salvador (BA) foram apreendidos pela PRF devido ao atraso no pagamento de Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e tacógrafos que não foram aferidos pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), as redes sociais ficaram movimentadas com os internautas mostrando vídeos e fotos de ônibus da empresa trafegando pela avenida Dário Grossi, dando a entender que a rota foi alterada para não passar em frente ao posto da PRF. Mas ontem, por volta das 11h, depois de 15 horas viajando, 39 passageiros foram obrigados a descer e informados que não poderiam seguir naquele veículo, pois o ônibus estava com os documentos vencidos e outro ônibus viria para continuar o trajeto
De acordo com o policial Luiz Tarcízio, está sendo realizada fiscalização em ônibus de todas as empresas, “e no momento apenas a Itapemirim apresentou problemas”. Conforme Luiz Tarcízio, o ônibus estava com os documentos vencidos desde 2015, o lacre da placa rompido, a vistoria do tacógrafo também vencida e uma adulteração na placa, já que para transporte de passageiros deve ser vermelha e documento consta ser cinza, ou seja, de veículo particular. “A placa está vermelha, mas a original é a cinza”, explicou o policial.
O ônibus foi rebocado ao pátio credenciado.
REVOLTA DOS PASSAGEIROS

“Acho uma injustiça pagarmos por passagens tão caras e a qualidade da empresa só piorar”, lamentou Jean Carlos
Jean Carlos Assis, 22 anos, é de Mauá (SP) e seguia para Inhapim, onde visitaria parentes. “Já usei o serviço dessa empresa outras vezes e é a primeira vez que acontece. Acho uma injustiça pagarmos por passagens tão caras e a qualidade da empresa só piorar, é muito revoltante”.
Maria da Glória de Andrade, 49, também de São Paulo, pagou R$ 255,00 pela passagem para Teófilo Otoni. Ela disse que iria ver a mãe e ficou indignada com o acontecido. “Quando a Itapemirim não era da Kaissara, isso não acontecia. Paguei caro por uma passagem, estou cansada e não sei a hora que vou chegar. É um absurdo”, protestou Maria.
Gerson Gonçalves da Silva, 64, estava falando com a filha ao celular quando o ônibus foi abordado. Ela queria saber o horário que o pai chegaria a Governador Valadares. “Peguei o ônibus em São José dos Campos (SP) para encontrar minha filha em Governador Valadares, que não vejo há cinco anos. Deixei outro filho deficiente em casa e agora acontece isso, nem sei a hora que vou chegar”, lamentou o idoso.
O gerente da empresa esteve no local, mas não falou com a imprensa. Ele ficou incumbido de resolver a situação e providenciar outro ônibus e assim os passageiros prosseguirem a viagem.