Franciele de Paula teve complicações e aguardava transferência para outra unidade hospitalar
CARATINGA- A Maternidade Grimaldo Barros de Paula retomou suas atividades no dia 7 de outubro, após ter fechado suas portas por falta de recursos. Apenas 12 dias depois de sua reabertura, já se vê diante de mais uma polêmica envolvendo a morte de recém-nascido no local.
Às 14h45 de quarta-feira (18), Franciele de Paula Cheregato, 18 anos, deu entrada na maternidade. Segundo informações da irmã Michele, a jovem sentia fortes dores e estava em trabalho de parto. A equipe verificou o risco no parto da jovem que estava grávida de seis meses e identificou a necessidade de transferência para hospital em Belo Horizonte. Era o início de uma longa espera, que deixava a família aflita por respostas e temendo a segurança da gestante e do bebê.
A maternidade tem como propósito o atendimento tanto para as gestantes de risco habitual quanto para as de alto risco. No entanto, como não há ainda recursos suficientes para garantir o funcionamento das UTIs neonatal e adulto, a unidade reabriu somente para as grávidas de baixo risco, ou seja, que não apresentam maior risco de complicações.
Franciele entrou na lista de transferência pelo ‘SUS Fácil’, mas, em meio à espera, foi aguardando a vaga que a gestante acabou dando à luz na manhã de ontem. “Ela ficou a noite inteira sangrando e não fizeram nada. A minha irmã sofreu demais”, relata Michele.
Maria Laura nasceu com seis meses de vida, pesando cerca de 700 gramas. O que parecia um alívio para a família, apesar de não ter havido a transferência, acabou se transformando em um pesadelo. Franciele recebeu a notícia de que a recém-nascida acabou falecendo. Inconformada, a família segue em busca de Justiça. “A bebê era tão linda. Infelizmente não tomaram nenhuma providência. Ela continua sangrando, mas disseram que isso é normal após o parto. Agora não precisa mais de vaga para transferência, não temos mais o bebê, fica a tristeza. Minha irmã está chorando o tempo todo, é difícil acreditar”.
A reportagem do DIÁRIO solicitou informações sobre esse caso para o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora e para a Prefeitura de Caratinga, porém até o final dessa edição não tínhamos recebido as respostas.