Sebastião de Oliveira Pedra
Prezados leitores, neste artigo, iremos conhecer um pouco da história, e destacar algumas das visões sobre Jean William Fritz Piaget – biólogo, psicólogo e epistemólogo suíço, considerado um dos mais importantes pensadores do século XX – e; Lev Semenovitch Vygotsky – foi um psicólogo, proponente da Psicologia cultural-histórica, pensador importante em sua área e época. Foi pioneiro no conceito do desenvolvimento intelectual das crianças.
Jean William Fritz Piaget, nasceu em 9 de agosto de 1896, Neuchâtel; e faleceu em 16 de setembro de 1980, Genebra, Suíça. Teve como escola/tradição a Universidade de Genebra, formou-se na Universidade de Neuchâtel (1918) onde concluiu seu doutorado, e posteriormente se dedicou à área de Psicologia, Epistemologia e Educação. Foi professor de psicologia na Universidade de Genebra de 1929 a 1954, e tornou-se mundialmente reconhecido pela sua revolução epistemológica. Durante sua vida Piaget escreveu mais de cinquenta livros e diversas centenas de artigos. Teve 3 filhos: Jacqueline Piaget, Laurent Piaget, Lucienne Piaget.
Foi uma criança bastante precoce. Entre os sete e dez anos de idade, teve interesse em compreender os fenômenos envolvidos na mecânica, conhecer os pássaros, os fósseis e conchas marinhas. Desenvolveu uma teoria, a partir de um método até então pouco utilizado na ciência psicológica. Através desse método, conseguiu perceber que o modo como as crianças, os jovens e os adultos pensam, exploram e conhecem o mundo e a si próprios. É qualitativamente diferente, já que cada um tem como base estruturas cognitivas progressivamente mais complexas. Agrupou essas estruturas em três grandes níveis ou períodos distintos: o período sensório-motor (que se divide em seis estágios); o período operatório, (que se divide em dois estágios, o estágio pré-operatório e o operatório concreto); e o período operatório formal. Cada período é marcado por aquisições particulares do sujeito diante de suas relações com o mundo à sua volta e está relacionado a uma determinada etapa cronológica, dada sua íntima relação com os fatores maturativos.
É claro que não se trata de estabelecer a idade precisa em que a transformação intelectual irá ocorrer, já que estamos olhando o desenvolvimento a partir de um prisma construtivista, mas sim, de delimitar etapas evolutivas que se relacionam com modos muito semelhantes de compreender a realidade.
Finalmente, alcançou as implicações da epistemologia genética, a compreensão do processo de aprendizagem, em especial do processo de alfabetização. Através de sua seguidora, a argentina Emília Ferreiro, que se tornou uma espécie de referência para o ensino brasileiro, seu nome passou a ser ligado ao construtivismo, campo de estudo inaugurado pelas descobertas a que chegou o biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980) na investigação dos processos de aquisição e elaboração de conhecimento pela criança – ou seja, de que modo ela aprende. As pesquisas de Emília Ferreiro, que estudou e trabalhou com Piaget, concentram o foco nos mecanismos cognitivos relacionados à leitura e à escrita. De maneira equivocada, muitos consideram o construtivismo um método. (FERREIRO, 2012)
Lev Semenovitch Vygotsky nasceu em Osha, Bielorússia, em 1896 e morreu prematuramente em Moscou, em 1934, vítima de tuberculose. Estudou Direito, Filosofia, Filologia e Medicina. Teve uma infância cercada por um rico ambiente intelectual. Lecionou Literatura e Psicologia e trabalhou no Instituto de Psicologia de Moscou. A obra do psicólogo ressalta o papel da escola no desenvolvimento mental das crianças, e é uma das mais estudadas pela pedagogia contemporânea.
Entende-se que para Vygotsky, a essência do desenvolvimento dá-se no encontro entre a “ordem na natureza”, onde a criança nasce, e a “ordem da cultura”, onde ela se desenvolve. O biológico é transformado sob a ação do cultural, assim como o cultural prescinde do biológico para constituir-se, existindo, ao mesmo tempo, o que Vygotsky chamou de continuidade e ruptura entre esses dois elementos que acompanham o ser humano ao longo de toda sua trajetória de vida.
O grande desafio era a compreensão do funcionamento do ser humano na cultura. Os pesquisadores promoveram uma verdadeira revolução no pensamento da época ao mostrar que a aprendizagem não está limitada ao que temos em nossa cabeça, dentro de um único indivíduo, e sim distribuída entre os indivíduos, seus colegas, os artefatos e ferramentas culturais; assim como os recursos semióticos, a exemplo da linguagem.
Vygotsky (1982), ao fazer a relação entre desenvolvimento e aprendizagem, critica a aprendizagem que se limita ao nível do desenvolvimento atual, justificando que o bom ensino é aquele que trabalha com a zona de desenvolvimento próximo, uma vez que ensinar uma criança a fazer o que já é capaz de realizar sozinha é tão infrutífero quanto tentar ensinar-lhe aquilo que, no momento, ela ainda não possui capacidade de aprender.
A parte mais conhecida da extensa obra produzida por Vygotsky em seu curto tempo de vida converge para o tema da criação da cultura. Aos educadores interessa em particular os estudos sobre desenvolvimento intelectual. Vygotsky atribuía um papel preponderante às relações sociais nesse processo, tanto que a corrente pedagógica que se originou de seu pensamento é chamada de socioconstrutivismo ou sociointeracionismo. “Ele foi um pensador complexo e tocou em muitos pontos nevrálgicos da pedagogia contemporânea”, diz Teresa Rego, professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.
Os autores nos convidam a refletir sobre o modo como se dá processo de aprendizagem e desenvolvimento, bem como, enfatizam a importância do papel do professor. Em Vygotsky como mediador e em Piaget como facilitador. Para ambos, entende-se que o professor deve compreender seu papel articulado aos aspectos sociais, políticos, ideológicos e econômicos da sociedade vigente e do atual momento histórico.
Nessa perspectiva cabe ao professor fazer intervenções no sentido de contribuir no processo de aprendizagem e desenvolvimento de seus alunos, com vistas a sujeitos autônomos e criativos na construção do próprio conhecimento. Destarte, entendemos que o papel do professor vai além do papel de mediador ou facilitador entre os alunos e os objetos do conhecimento, mas deve estar constantemente estudando e aperfeiçoando sua prática pedagógica.
SULIDÉIA CORADI RIBEIRO. Possui graduação em Pedagogia pela Faculdade de Pimenta Bueno – Rondônia. Contato: [email protected]
Referências:
ROSSETTO, Elisabeth; FERNANDES, Hélio Clemente. Piaget, Vygotsky e a Educação. In: IX SIMPÓSIO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 9. 2010, Cascavel. Infância, Sociedade e Educação. Cascavel: Edunioeste, 2010. p. 1 – 13.
FERREIRO, Emília. REFLEXÕES SOBRE A ALFABETIZAÇÃO –. Santa Catarina: Abppsc, 2012. Disponível em: <http://www.abppsc.com.br/reflexoes-sobre-a-alfabetizacao-emilia-ferreiroo/>. Acesso em: 16/04/2017.
Sites de pesquisa: < https://novaescola.org.br> – < http://cac-/eventos/iisimposioeducacao/anais/trabalhos.html>
Arte: Professor Geraldo Lomeu Ferreira- Sugestões, críticas e comentários: E-mail: [email protected] /: (33) 988165737 –
Deus seja louvado!