Comunidade fez festa para celebrar o aniversário do morador mais antigo da região
INHAPIM – Muita festa marcou a noite de terça-feira (17), no distrito de Novo Horizonte, em Inhapim. O motivo foi considerado nobre para os moradores e digno de comemoração, afinal, o morador mais antigo (e mais querido) fez aniversário esta semana. Daniel Soares de Ramos atingiu a marca de 115 anos de idade.
Seu Daniel, como é carinhosamente chamado, nasceu em 15 de maio de 1901. Ele é natural de Iapu, mas sempre conta a história de que morou no Rio Grande do Sul até chegar aos 40 anos. Sempre carismático e com bastante disposição, conquistou diversas amizades, o que motivou que a comunidade organizasse uma grande festa para comemorar o seu aniversário.
As comemorações tiveram início com uma missa, celebrada pelo padre José de Fátima. O convite especial veio do próprio aniversariante, que fez questão de sua presença. Quando seu Daniel chega, uma multidão ansiosa já o aguardava. Com um sorriso, ele agradeceu o carinho da comunidade: “É um prazer essa festa, a união. Está tudo muito bonito de se ver”, resumiu.
Para padre José de Fátima, há inúmeros motivos para celebrar a vida de seu Daniel. “Um senhor de 115 anos, que vem demonstrando um carinho muito grande e disponibilidade. Jeito simples, mas que transmite grande alegria para todo mundo. Essa multidão participa da santa missa, entusiasmado com ele. É um homem sábio, inteligente, cheio de Deus e da experiência. Uma pessoa iluminada por Deus e tem uma história muito rica. É um século e mais 15 anos de vida, um exemplo para todos nós, para a comunidade de Novo Horizonte e de
modo muito especial para a paróquia de Dom Cavati, a qual sou pároco”.
O padre ainda chamou atenção para a religiosidade do aniversariante. “Em suas palavras falando de Jesus, de Maria, é um homem que gosta de viver. É feliz porque sente a presença de Deus no coração dele. Tem lucidez, sempre fala versos bonitos, a música, com uma voz profunda. Ele está emocionado por esse momento. Foi um pedido dele e aqui estou para celebrar com toda a comunidade esse momento histórico”.
Mas, para que a festa ficasse completa, não poderia faltar o bolo e a tradicional canjiquinha, um dos pratos prediletos de seu Daniel. Esses detalhes não passaram despercebidos aos olhos da organizadora do evento, Aparecida Oliveira. “Conheço seu Daniel há 23 anos. Sempre foi essa pessoa alegre, carismática, católica e que trás muita paz pra gente. Ele merece todo o nosso carinho. Todos têm o seu Daniel como membro da família, ele é nosso, então todo mundo ajudou de alguma forma”.
Celebrar os 115 anos de seu Daniel foi motivo de satisfação para toda a comunidade. Maria José de Oliveira, de 54 anos de idade, que ajuda a cuidar do idoso, também fez questão de participar da comemoração. “Ele é muito bom de mexer, não reclama de nada, é como se fosse um dos meus filhos. Damos o remedinho pra ele, almoço, a janta. É muito humilde”.
Marilza Araújo também participou da festa e acredita que esta data é digna de festa e todo carinho dos moradores. “É uma emoção, porque admiramos a longevidade dele e sabemos que não é pra qualquer pessoa viver mais de um século. Fizemos com todo carinho, sabemos que nossa comunidade é pequena, mas todos conhecem o seu Daniel. Ele trata bem a todas as pessoas e sabe contar a sua história, suas origens. A gente quer homenagear e principalmente agradecer a Deus pela vida dele e por ser essa pessoa especial. Mostrar para as pessoas que é possível viver muito e com qualidade de vida, é isso que o seu Daniel prova pra nós. Ele sempre fala que nunca teve vício, nunca fumou ou bebeu, é solteiro, não tem família, mas todas as pessoas têm carinho por ele. Que ele possa viver conosco ainda por muitos e muitos anos e que consigamos também viver, uma vida longa e com tranquilidade”.
Em sua longa experiência de vida, seu Daniel conheceu muitas pessoas e compartilhou muitos ensinamentos, colecionando alguns “filhos” de coração. É o caso de Marly Maria Barboza, que demonstra sua gratidão. “Foi muito bom. O senhor Daniel é uma pessoa que dá muito testemunho na comunidade, inclusive ele é tão bom que é meu compadre duas vezes, é padrinho dos meus dois filhos. Me criou desde pequenininha, o que ele falava eu obedecia. A mamãe sempre falava: ‘Seu pai não está em casa, mas o seu pai é o compadre Daniel’. Morou dentro de casa com a gente, uma pessoa de muito respeito”.