Nesse último sábado, dia 27 de agosto, foi Dia do Psicólogo e como a terapia pode ser misteriosa e intimidante, especialmente se você não sabe o que esperar, trouxe trechos de uma entrevista com três psicólogos americanos esclarecendo dúvidas sobre o processo de terapia e sobre o terapeuta. Veja algumas das coisas que eles gostariam que as pessoas soubessem sobre terapia:
- Na realidade, o trabalho de um terapeuta não é te dar conselhos – Eles não estão ali para dizer se você deveria desistir de seu casamento ou largar seu emprego. “O verdadeiro trabalho da terapia é fazer você se conhecer melhor e melhorar a maneira como está pensando, se comportando ou como está entendendo o mundo”, diz Smith. Claro, eles podem falar sobre estratégias para lidar com um transtorno mental, depressão, ansiedade ou transtorno bipolar, mas quando se trata de suas decisões pessoais de vida, eles agem mais como facilitadores.
- Eles provavelmente também fazem terapia – “Eu nunca confiaria em um terapeuta que nunca tenha passado por terapia”, diz Howes. E de acordo com estes especialistas, a maioria dos psicólogos frequentam seus próprios terapeutas, talvez não agora, mas ao menos em algum momento de suas carreiras.
- Você não precisa ser diagnosticado com um transtorno mental para frequentar a terapia – Um equívoco comum: “Você precisa ser ‘louco’ para frequentar terapia”, diz Howes. “Há diversas razões pelas quais as pessoas vão para terapia, que nada têm a ver com distúrbios. E mesmo quando elas fazem terapia por terem uma doença, isso não é motivo de vergonha. Você está indo para obter ajuda e conversar com um especialista, assim como buscaria ajuda para qualquer outra questão médica”.
- Seu terapeuta não sairá conversando sobre você com seus amigos no bar – “A regra número um é a confidencialidade”, diz Howes. No entanto, eles podem discutir certos casos ou temas mais amplos com um pequeno grupo de colegas de confiança. “Temos grupos que se reúnem a cada duas semanas ou mensalmente para discutir casos difíceis e obter feedback dos colegas”, diz Smith. “Falamos sobre os casos, mas é uma versão reduzida, sem nenhuma informação que possa identificar o paciente”.
- Seu terapeuta provavelmente não se comunicará com você em público a menos que você faça isso antes – Não se preocupe em se encontrar com seu terapeuta no restaurante e ouvir “Ei, resolveu aquele problema?”. O consenso geral é que os terapeutas não se comunicarão com você em público a menos que o cliente faça isso antes. E se isso acontecer, eles não mencionarão que são seus terapeutas a menos que você faça isso antes, diz Bufka. Portanto, sinta-se livre para cumprimentá-lo e apresentá-lo como seu terapeuta/professor/vizinho, ou ignorá-lo completamente. A decisão é sua.
- A terapia não precisa ser um compromisso a longo prazo – “Às vezes acho que as pessoas hesitam em embarcar na terapia porque têm a sensação de que ‘se eu for uma vez, ficarei preso 10 anos, três vezes por semana’ diz Smith. Mas a duração e a frequência da terapia são fatores muito individuais. Pode ser um processo de alguns meses de sessões ou mais, dependendo do que está acontecendo com você e o que você pretende realizar.
- A “empatia” é o fator mais importante quando se trata de encontrar um terapeuta – “Você pode estar frequentando o melhor e mais qualificado terapeuta em todo o mundo, mas se a empatia não for boa, não será tão eficaz”, diz Smith. “O que a pesquisa nos diz é que de todas as diferentes variáveis na terapia – tipos de tratamento, o grau de instrução, a duração do tratamento, tudo isso – um dos maiores fatores para o sucesso da terapia é a empatia”. Se sentir ouvido, compreendido e respeitado.
- E parar a terapia não significa que você nunca mais poderá voltar – “Como terapeuta, o que espero é que ao final eles sintam que melhoraram seu funcionamento, seja em seus relacionamentos, no trabalho ou nos estudos”, diz Bufka. Claro, a vida acontece e as coisas mudam, e simplesmente porque você se sentiu melhor por anos, não significa que não vá precisar de ajuda novamente no futuro.
- Eles não têm todas as respostas – “Às vezes as pessoas pensam que os terapeutas têm uma habilidade especial para ver dentro de você, mas nós realmente não temos”, diz Bufka. “Temos um treinamento especial e compreensão de como os seres humanos são, como se comportam, como as emoções funcionam e somos capazes de usar isso para entender a situação específica que alguém está passando. Não temos habilidades mágicas para instantaneamente ler como você é. Isso é um processo”.
- Você pode pagar – A terapia tem uma larga opção de valores de seus serviços. Todo psicólogo clínico já estabelecido atendeu em clínica social antes. Consultas sociais são valores acessíveis para que ele possa iniciar a vida profissional e colocar em pratica todo conhecimento teórico adquirido na faculdade. Não hesite em marcar uma entrevista e conversar sobre valores, aqueles que você pode pagar.
Luciana Azevedo Damasceno – Neuropisicóloga e Terapeuta Cognitivo-Comportamental formada pela PUC Rio. Elogios, dúvidas e sugestões: [email protected]